A demanda por energia no Brasil está garantida. Já com a oferta, o cenário não é tão tranquilo. Dificuldades na instalação de geradores eólicos, especialmente onshore (em terra), podem tornar mais difícil implantar a transição energética. Essa é a conclusão do CEO da AES Brasil, Rogério Jorge, que participou do Fórum Brasileiro de Líderes em Energia 2024 – powered by Forbes – realizado no Rio de Janeiro na quinta-feira (11) e nesta sexta-feira (12).
- Siga a Forbes no WhatsApp e receba as principais notícias sobre negócios, carreira, tecnologia e estilo de vida
A primeira parte do evento discutiu como destravar os grandes investimentos do setor elétrico brasileiro nos próximos 10 anos. No painel 1, que contou com a participação de Jorge e de Elio Wolff, vice-presidente de Estratégia e Desenvolvimento de Negócios na Eletrobras, foram discutidas maneiras de facilitar a expansão de novas fontes geradoras, como a eólica, a solar e a biomassa.
Para o presidente da AES, a demanda por energia de fontes renováveis será crescente. O fornecimento de eletricidade no Brasil é majoritariamente renovável, com 61,9% de geração hidrelétrica. Mesmo sendo dominante e confiável, essa fonte não será suficiente no longo prazo. A saída sustentável é a geração eólica e solar. Porém, isso está menos garantido. “No nicho de energia eólica há uma dificuldade da cadeia produtiva, com poucos lugares no Brasil que possuem condições adequadas para a instalação das torres”, diz Jorge. “O ambiente regulatório tem de ser modernizado.”
Segundo Jorge, 100% da energia gerada pela AES é renovável. Após a pandemia, a demanda e a oferta vêm crescendo 4% ao ano, daí a necessidade de investir em novas fontes. Isso inclui o desenvolvimento do chamado hidrogênio verde, que permite a produção da amônia, um componente importante dos fertilizantes. “Atualmente, o agronegócio usa principalmente produtos importados”, diz ele.
Wolff, da Eletrobras, também destacou a complexidade de aumentar a geração solar e eólica. “As decisões têm de considerar o crescimento e a modernização do setor de energia, além de avaliar se elas estão em equilíbrio com as mudanças climáticas e com a proteção ao meio ambiente”, diz ele.