Tesla quer que Apple testemunhe em sua defesa em caso de acidente com Autopilot

O Diretório
por O Diretório
9 Leitura mínima

Na semana que vem, a Tesla vai aos tribunais tentar provar que seu sistema Autopilot é “inocente” em caso de acidente fatal ocorrido em 2018 – e quer a Apple testemunhando em sua defesa.

O ponto que a montadora quer provar é que o envolvido na fatalidade, o engenheiro da empresa da maçã Wei “Walter” Huang estava jogando videogame no smartphone quando seu Model X com o Autopilot bateu em barreira de segurança nos EUA.

Se você gostou desse post, não esqueça de compartilhar:

A família de Huang, que processa a Tesla por homicídio culposo, acusa a empresa de estar trabalhando em segredo com a Apple para ajudar em sua defesa, informa o The Verge.

Em moção pré-julgamento apresentada esta semana, os advogados da família de Huang acusaram a Apple de “se envolver em ‘solução alternativa’ de descoberta secreta para apoiar a Tesla em sua defesa do caso pendente”.

Investigação contra a Tesla

  • Em investigação inicial, o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) descobriu que “um jogo de estratégia de construção de mundo com capacidade multijogador” era o app mais usado no celular do engenheiro quando do acidente;
  • Contudo, não conseguiu determinar se ele estava jogando o game no instante da batida;
  • “Os dados de registro não são específicos o suficiente para determinar se o motorista do Tesla estava segurando o telefone no momento do acidente”, disse o NTSB em seu relatório;
  • Mas registros históricos do smartphone apontam para “padrão de jogo ativo” durante as horas de deslocamento matinal dias antes do acidente e transmissão de dados “consistente com a atividade de jogo online” nos minutos que antecederam o ocorrido;
  • A família de Huang afirmou que o engenheiro mantinha jogos rodando em segundo plano no smartphone para coleta de dados.

Os advogados da vítima acusam a Tesla de estar tentando, com a Apple, apresentar uma declaração de outro engenheiro da empresa, James Harding, que disse que a empresa determinou que Huang estava jogando o game quando bateu.

Harding trabalhou 18 anos na Apple como gerente de “ferramentas e serviços de depuração de sistema”, de acordo com o LinkedIn dele.

Os advogados da família alegam que a apresentação do depoimento de Harding declaração e não depoimento é tentativa de “contornar o processo de descoberta”.

Ainda, criticaram Tesla e Apple por apresentarem a declaração cinco meses após a divulgação dos dados, impedindo que eles questionassem o gerente da Apple antes do julgamento. A Tesla visa chamar Harding como testemunha.

Os advogados de defesa intimaram a Apple, pedindo mais informações sobre a declaração. No mês passado, a Apple apresentou pedido para anular a intimação, sob a alegação de que os advogados da família de Huang buscavam “volume substancial de material privilegiado da Apple”.

A Apple não é parte neste caso, nunca compareceu e não recebeu qualquer notificação de ordem relativa à disputa. Embora a Apple esteja pronta para trabalhar de boa-fé com as partes e para cumprir as suas obrigações como testemunha independente, não é muito clara sobre as suas obrigações atuais e procura orientação do Tribunal.

Advogados da Apple

O The Verge pediu comentários por parte de um porta-voz da empresa da maçã, mas não foi atendido.

Em julgamentos anteriores, a Tesla foi bem-sucedida em escapar da pena de homicídio culposo. A companhia diz que o Autopilot é seguro e só falha quando os motoristas estão distraídos.

Mas a equipe jurídica da família de Huang quer citar casos em que executivos e engenheiros da montadora admitira verificar e-mails durante o uso do Autopilot. A empresa argumentou, no passado, que algumas dessas declarações, inclusive de Elon Musk, não poderia ser utilizadas por poderem ser deepfakes.



Fonte: Externa

Compartilhe esse artigo