A confirmação da Suécia como o 32º membro da OTAN, principal aliança militar do Ocidente, não apenas marcou um passo significativo na expansão recente da organização, mas também quebrou doutrinas históricas de Defesa e promete mudar a forma como as estratégias são estruturadas. A decisão, diretamente ligada à invasão russa da Ucrânia, desencadeou reações em Moscou, que prometeu tomar medidas técnico-militares em resposta.
Até o início do século XXI, a Suécia mantinha uma postura de neutralidade em conflitos armados, herança das Guerras Napoleônicas do século XIX. No entanto, com a entrada na União Europeia em 1995 e a crescente cooperação em Defesa, a neutralidade sueca foi gradualmente abandonada. A participação na coalizão da OTAN na intervenção na Líbia em 2011 marcou um ponto de virada, impulsionando o país rumo à adesão à aliança militar.
Ao contrário de outros novos membros, a Suécia não ingressa na OTAN de mãos vazias. O país possui uma indústria armamentista robusta, com tecnologia de ponta, e uma força naval considerável, capaz de patrulhar o Mar Báltico. Apesar de um gasto militar relativamente baixo, as autoridades suecas se comprometeram a atingir a meta de 2% do PIB da OTAN até 2026.
A entrada da Suécia na OTAN amplia a influência da aliança militar na região do Mar Báltico, possibilitando uma maior coordenação entre os países membros e fortalecendo a segurança dos Estados bálticos contra ameaças vindas da Rússia. No entanto, a decisão provocou reações adversas de Moscou, que considera a expansão da OTAN em suas fronteiras como hostil.
A resposta russa à entrada da Suécia na OTAN ainda é incerta, mas observadores alertam para possíveis medidas de retaliação técnico-militares por parte de Moscou. O fortalecimento das posições russas na região do Mar Báltico e a ameaça de abandonar o status não nuclear do Mar são indicativos das tensões crescentes na região.
A entrada da Suécia na OTAN marca uma mudança significativa na política de defesa do país escandinavo, alterando dinâmicas de segurança na Europa e desencadeando reações russas. O movimento reflete a crescente preocupação com a segurança regional e a necessidade de fortalecer a cooperação entre os países membros da aliança militar.