Jarra se refere à indicação nos comunicados do Copom, de que os membros “anteveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões”. Dessa forma, desde agosto de 2023, o colegiado tem mantido, a cada reunião, a sinalização de que pretende efetuar dois novos cortes de 0,5 ponto nos juros. “Minha convicção é baixa sobre esse assunto. Manter o plural não fugiria do plano inicial que eu imaginei lá atrás, mas, se ele adotar o singular, não será uma surpresa porque vimos um crescimento desse debate nas últimas semanas.”
“Nós estávamos esperando ter um grau de confiança maior no processo de desinflação”, diz Jarra, ao projetar o IPCA em 3,6% no fim deste ano. “Existe um ganho de o BC ir devagar, passo a passo, em um ritmo prudente. Dá para esticar um pouco mais. E esse contorno estava no cenário no qual havia espaço para exercer um viés baixista na projeção de Selic”, afirma o economista.
Jarra, além disso, reconhece um cenário de uma economia que começa o ano bem mais pujante que o esperado. “Há uma sequência de dados que vai na direção de uma atividade mais forte, com um mercado de trabalho que está mais aquecido, com desemprego baixo e salários aumentando. Os dados recentes colocam um viés altista na nossa projeção de crescimento deste ano, que é de 1,7%”, diz. “No entanto, não vimos um evento conjuntural que force o Copom a mudar a comunicação.”
16/03/2024 19:52:40