Rumos 2024: 25% das escolas públicas estão com infraestrutura na UTI, diz diretor do MEC | Rumos 2024

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O diretor de políticas e diretrizes da educação integral básica da secretaria de educação básica (SEB) do Ministério da Educação (MEC), Alexsandro do Nascimento Santos, disse que cerca de 25% das escolas públicas que oferecem ensino médio no Brasil estão com a “infraestrutura na UTI” e devem ter investimento prioritário do MEC.

“Talvez não tenha orçamento para essas 5 mil, mas precisamos priorizar e começar no mais grave. Elas precisam desse aporte prioritário”, acrescentou. Nascimento acredita que esse cenário pode mudar a partir de um esforço em conjunto da União e Estados para priorizar tanto a infraestrutura básica das escolas quanto pedagógica. “O Estado responsável pela rede precisar olhar e priorizar.”

Para Nascimento, reformar o currículo do programa não é a única solução. “O Ensino Médio, desde 1996, teve seis reformas curriculares porque todo mundo acha que mudando o currículo se resolve os problemas. Depende de condições objetivos: tem professor? Tem merenda? Tem banheiro?”, indaga Santos.

Segundo ele, além da infraestrutura das instituições de ensino, é preciso investir na formação dos professores, tanto no número de profissionais formados quanto na qualidade dos cursos de licenciatura.

O investimento em ações afirmativas para o combate do racismo estrutural também é um ponto de atenção. “Para melhorar a média de qualidade do Ensino Médio precisamos investir em ações afirmativas para negros, indígenas, quilombolas e ribeirinhos que são maioria, mas a política educacional não é pensada para eles”, acrescentou.

O professor do Insper e da Universidade de São Paulo (USP) Naercio Menezes Filho concorda que a situação do ensino médio no país “é muito dramática”, com poucos avanços ao longo das últimas décadas. Com a gestão descentralizada do ensino, muitos municípios e Estados não têm capacidade operacional para estabelecer metas de ensino e avaliar políticas educacionais. “Tem um problema de gestão por [o ensino] ser descentralizado”, disse.

O professor alertou também sobre os problemas em relação ao ensino integral no país. Apesar de a proposta ser positiva, por manter os alunos por mais tempo na escola, se não for oferecido um ensino de qualidade, não haverá avanço no aprendizado, disse. “O ensino integral é importante, mas não adianta dar duas vezes um ensino de baixa qualidade. É importante ficar o dia todo na escola para ter mais estímulos, mas precisa melhorar o aprendizado, o que realmente aprende, tanto na parte da manhã quanto na da tarde.”

Alcielle Santos, diretora de educação do Instituto Iungo e presidente da cooperativa de educação Cipó Educação, alertou sobre outros problemas enfrentados nas escolas, como má formação pedagógica dos professores e o “apagão” de docentes, com a falta de um número suficiente de professores.

O evento Rumos 2024, que é exclusivo para convidados, ocorreu nesta segunda-feira (8), no Hotel Rosewood, em São Paulo, com patrocínio master da Suzano e apoio do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram) e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban).

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Fonte: Externa

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