Remédios vendidos na internet como naturais na verdade contêm substâncias de uso controlado e, assim, só poderiam ser comercializados com retenção de receitas. Reportagem exibida pelo Jornal Nacional, da TV Globo, nesta quinta-feira, 27, mostrou que um estudo da Unicamp encontrou substâncias de uso controlado misturadas a produtos vendidos pela internet com o rótulo de fitoterápico, que são medicamentos naturais, feitos à base de plantas medicinais.
“Foram detectadas três substâncias principalmente: sibutramina, que é um composto que causa diminuição de apetite, e dois antidepressivos: bupropiona e fluoxetina”, disse ao Jornal Nacional o coordenador do Ciatox – Centro de Informação e Assistência Toxicológica da Unicamp, José Luiz da Costa, em referência a uma cápsula vendida pela internet que promete ajudar a emagrecer.
Sibutramina, bupropiona e fluoxetina não são naturais, e sim compostos sintéticos. A bupropiona, por exemplo, é receitada para quem quer parar de fumar. Já fluoxetina é indicada para quem tem depressão. A sibutramina ajuda a perder peso, mas precisa ser usada em doses corretas e aliada a uma dieta e atividade física.
Também em entrevista ao Jornal Nacional, a presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia alertou que só profissionais de saúde podem prescrever um medicamento, ainda que seja natural. “Não é porque é natural que não faz mal. Isso é importante destacar. As combinações – às vezes, o paciente está fazendo uso de algum medicamento -, o que que ele pode usar de fitoterápico, isso tudo tem que ser avaliado”, disse Maria Angélica Fiut.
Fitoterápicos estão sujeitos às regras e à fiscalização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Os produtos podem ser industrializados ou fabricados sob encomenda, em farmácias de manipulação.