Psol lança campanha contra milícia após desdobramento de caso Marielle | Política

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O Psol do Rio de Janeiro lançou nesta sexta-feira (29) uma campanha contra a milícia, quase uma semana após a prisão dos suspeitos de serem os mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (Psol) e do motorista Anderson Gomes, os irmãos Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), e Chiquinho Brazão, deputado federal (sem partido-RJ), além do ex-chefe da Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.

Segundo o partido, a campanha tem como objetivo construir uma frente ampla contra os grupos paramilitares que dominam áreas consideráveis da região metropolitana do Rio. Entre os nomes que já assinaram o manifesto estão o ex-secretário de Segurança Pública do Estado Luiz Eduardo Soares; a escritora Sueli Carneiro, e famosos como Felipe Netto, Camila Pitanga e Fabio Porchat.

A campanha, cujo slogan é “Com milícia não tem jogo”, tem como gancho justamente os últimos desdobramentos das investigação da morte de Marielle. A vereadora do Psol foi morta a tiros com o motorista Anderson Gomes há seis anos, no dia 14 de março de 2018.

De acordo com a Polícia Federal, as motivações que levaram ao assassinato da parlamentar estão ligadas à política, milícias, disputa de territórios e regularização fundiária. As investigações apontaram que os irmãos Brazão teriam forte influência sobre grupos paramilitares na Zona Oeste da cidade, área em que Marielle atuava para ajudar famílias a regularizar a titularidade de imóveis em áreas de milícias. Domingos e Chiquinho negam todas as acusações da PF.

“A prisão dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes escancarou o que os moradores do Rio já sabem há muito tempo: é inaceitável que milicianos sigam ocupando tribunais de conta, parlamentos ou secretarias”, diz o manifesto lançado pelo Psol, fazendo referência não só aos cargos que os irmãos Brazão ocupavam, mas também ao fato de Chiquinho comandou, até o mês passado, a Secretaria de Ação Comunitária na prefeitura do Rio.

“A crise que se instalou no Rio após a prisão dos mandantes do assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes escancarou as relações longínquas e enraizadas dos acusados nos governos municipal e estadual”, diz o texto.

A campanha é encabeçada pelo deputado federal Tarcísio Motta (Psol-RJ), pré-candidato ao Executivo carioca na eleição deste ano. Ele disputará contra o atual prefeito Eduardo Paes (PSD), apontado como favorito na corrida até o momento.

No dia da prisão dos supostos mandantes, a Prefeitura do Rio divulgou uma nota dizendo que a indicação de Chiquinho como secretário havia sido feita pelo Republicanos, partido aliado de Paes. O prefeito, que mantém certo silêncio sobre o caso, tem tentado afastar sua imagem da família Brazão. Na única menção que fez ao caso foi compartilhando uma fala de seu secretário de Ordem Pública, Brenno Carnevale, que disse ter sido procurado pelo prefeito após as suspeitas da morte de Marielle recaírem sob Domingos Brazão. Na ocasião, Carnevale disse a Paes que a linha investigativa da Polícia Federal, apontando para o clã, fazia sentido, o que fez com que Chiquinho fosse exonerado.

Vereadora Marielle Franco — Foto: Foto: Márcia Foletto/ Agência O Globo

Fonte: Externa

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