A Petrobras afirmou que pode encontrar riscos associados a projetos de transição energética, com possibilidade de impactar na taxa de retorno do portfólio da companhia.
Segundo a Petrobras, “podemos decidir investir em novos projetos de transição energética que estão além do nosso escopo atual de experiência e expertise”.
A companhia tem planos de investimento em eólicas marinhas (offshore), captura e armazenamento de carbono (CCUS, na sigla em inglês) e produção de hidrogênio verde (que utiliza energias renováveis no processo de produção do insumo).
Além disso, a companhia estuda desenvolver ou adquirir projetos de eólicas terrestres (onshore) e usinas solares fotovoltaicas.
Em paralelo, a companhia já desenvolve, ainda em pequena escala, diesel verde (coprocessado nas refinarias, em conjunto com o diesel tradicional).
A Petrobras vê espaço para possíveis aumentos de custos com o descomissionamento de sistemas de produção, como desmontagem de plataformas de petróleo, atividade que se tornou mais relevante para a companhia à medida que os contratos de concessão expiram ou ativos chegam ao fim da vida econômica.
Segundo a companhia, apesar da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) estabelecer regras para o descomissionamento, a empresa reconhece que pode enfrentar “algumas dificuldades” na definição do escopo de tais projetos e no atendimento às exigências regulatórias.
Para a Petrobras, embora os planos de desmantelamento tenham sido desenvolvidos conforme a legislação, é possível que tais planejamentos enfrentem escrutínio ou não cumpram exigências ou expectativas relativas a praticas sociais, ambientais e de governança.
“O encerramento das operações e o descomissionamento podem impactar negativamente o meio ambiente e as comunidades de entorno devido ao processo de desmantelamento de estruturas e plantas industriais”, disse a Petrobras n 20-F.
Prossegue a estatal: “Como resultado, a demanda de recursos para os projetos pode aumentar, assim como os custos, sejam eles operacionais ou referentes ao custeio total dos projetos. Além disso, a nossa imagem e reputação poderão ser afetadas negativamente.”
A empresa deve descomissionar 23 plataformas nos próximos cinco anos, com previsão de investimentos de US$ 11 bilhões nesta atividade no período. Outras 40 unidades devem ser desmanteladas para além de 2028.