O ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha (PT-SP), admitiu nesta segunda-feira que o Partido dos Trabalhadores precisa fazer uma avaliação “profunda” do resultado das eleições municipais deste ano. Na avaliação do titular da SRI, o PT está na zona de rebaixamento desde 2016, quando reduziu de tamanho. Neste sentido, Padilha defendeu também que os petistas precisam debater o motivo pelo qual os trabalhadores e trabalhadoras não se sentem mais representados pela legenda.
“O PT é o campeão nacional das eleições presidenciais, mas, na minha avaliação, não saiu ainda do Z4 [zona de rebaixamento] que entrou em 2016 nas eleições municipais. Teve conquistas importantes [de lá para cá], elegeu [prefeitos em] cidades importantes nesse segundo turno, mas ainda tem um esforço de recuperação. Eu acho que o PT vai fazer uma avaliação sobre isso, certamente sobre esse resultado, sobre como voltar a ser um partido com mais protagonismo, sobretudo nas grandes cidades, nas médias cidades”, acrescentou.
Padilha falou à imprensa sobre o assunto depois de se reunir com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio da Alvorada, de onde o chefe do Executivo está despachando nesta segunda-feira (28).
Quem também participou do encontro foi a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann. Na reunião, de acordo com o ministro, os três fizeram um balanço do resultado do segundo turno. Neste sentido, o ministro da SRI reconheceu que, apesar de ter conquistado mais prefeituras em 2024 do que há quatro anos, o PT perdeu votos entre o segmento do qual sempre foi próximo: a classe trabalhadora.
“Eu diria que, mesmo com os avanços que teve hoje [eleição municipal], o PT não saiu ainda dessa posição de fim da tabela. Foi o terceiro partido que mais cresceu em número de prefeituras. Terceiro que mais aumentou em população governada. Aumentou muito o número de votos para prefeito e vereadores, mas não saiu ainda dessa situação [zona de rebaixamento]. Então, acho que tem aprendizado para as disputas municipais. A principal é: eu acho que o PT tem um debate a fazer com o segmento dos trabalhadores e trabalhadoras, sobretudo aqueles que ganham de dois até dez salários mínimos, segmento que, por algum motivo na disputa municipal, não estão se sentindo representados [pelo PT]”, disse Padilha.