Grandes protagonistas na economia brasileira, mas coadjuvantes nas exportações do país. Os pequenos negócios têm participação fundamental na geração de empregos, representam cerca de 95% de todas as empresas brasileiras, estão presentes em praticamente todas as cadeias produtivas – dos negócios inovadores às pequenas propriedades rurais –, entretanto, respondem por menos de 1% do total das vendas externas brasileiras.
O grande público desconhece o potencial de itens como o pão de queijo, o açaí, a moda praia e o artesanato, para citar apenas alguns exemplos, que já conquistaram espaço na Europa, Ásia, Estados Unidos, entre outros mercados. Somente a agricultura familiar do Brasil, caso se unisse como uma nação, ocuparia a oitava posição no ranking mundial de produtores de alimentos e movimenta US$ 55,2 bilhões/ano.
É imperativo que superemos essas barreiras e apoiemos o crescimento das exportações por parte das MPE. A diversificação dos mercados de atuação não apenas aumenta a resiliência dessas empresas, mas também impulsiona a competitividade da economia do país como um todo. Além disso, a competição no mercado global pode motivar melhorias na qualidade dos nossos produtos e serviços, aumento da eficiência e redução de custos.
O Sebrae e o governo brasileiro estão cientes desses desafios e trabalhando em conjunto para superá-los. É essencial implementar medidas abrangentes e multifacetadas, abordando não apenas as questões burocráticas e logísticas, mas também promovendo uma mudança na mentalidade cultural dos donos de pequenos negócios. Nesse sentido, os empreendedores precisar estar capacitados não apenas em aspectos técnicos, como documentação e logística, mas também em habilidades linguísticas e culturais que lhes permitam adaptar seus produtos e serviços para diferentes mercados.
Além disso, é necessário facilitar o acesso a crédito e garantir mecanismos de proteção para os pequenos negócios que optam por exportar. A simplificação dos processos burocráticos e a melhoria da infraestrutura logística também são cruciais para tornar o ambiente de negócios mais propício às exportações dos pequenos.
Desbloquear o potencial exportador das micro e pequenas empresas brasileiras não é apenas uma questão econômica, mas também uma resposta à demanda por equidade e inclusão. Ao garantir que esses empreendimentos tenham acesso ao mercado global e alcancem seu pleno potencial, estamos não apenas impulsionando o crescimento econômico, mas promovendo também a inclusão social e o desenvolvimento sustentável.
Décio Lima é presidente do Sebrae