O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou que o horário de verão não será adotado no Brasil, em 2024. A medida era esperada por parte do setor para aliviar o estresse na operação do sistema elétrico no final do dia por alguns meses do ano. O horário especial havia sido extinto em 2019, no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com disponibilidade limitada de hidrelétricas a serem chamadas a operar, devido ao baixo volume de chuvas em bacias hidrográficas estratégicas, a medida deve inibir o acionamento das térmicas mais caras. Esse ajuste na rotina é capaz de aumentar a segurança no fornecimento de energia e reduzir despesas do setor.
“Condão energético, mas também econômico”
Silveira observou que o horário de verão tem um “condão energético, mas também econômico”. Segundo ele, a França, por exemplo, usa a estratégia de adiantar os relógios para “impulsionar sua economia”.
No caso do Brasil, o ministro explicou que o horário de verão serve para “segurar”, em momentos de sobrecarga do sistema, o horário de ponta (pico de consumo).
O ministro disse que o maior custo-benefício da adoção do horário de verão no Brasil se dá em outubro, novembro e meados de dezembro. Ele afirmou que, se a medida fosse adotada agora, o país não poderia colher frutos da decisão este ano, pois a decretação do horário especial exigiria prazo adicional de planejamento e adaptação.
No dia 19 de setembro, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) já havia recomendado o retorno do horário de verão, o que foi sugerido ao Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). Na ocasião, Silveira comentou que o horário de verão poderia gerar uma economia de R$ 400 milhões.
“Não me convenci da necessidade”
Segundo o ministro, o que dá tranquilidade é o fato de não haver risco energético. “Ainda não me convenci da necessidade de decretar o horário de verão.”
No dia 24 de setembro, o ONS apresentou dados sobre o impacto da adoção do horário de verão. De acordo com o Operador, a decisão de fazer a população adiantar os relógios pode reduzir a demanda noturna de eletricidade em até 2,9% e empurrar o pico de consumo de energia no país em até duas horas.
Sobre a economia de custos, o ONS defendeu que o horário de verão pode trazer uma redução de R$ 244 milhões a R$ 356 milhões com a geração termelétrica, a depender do cenário analisado.