A ministra da Mulher, Cida Gonçalves, disse, nesta segunda-feira (25), que foi um “equívoco” o ex-jogador Daniel Alves ter deixado a prisão em Barcelona, na Espanha, após pagamento de fiança.
Alves pagou uma fiança de 1 milhão de euros (cerca de R$ 5,4 milhões) e foi liberado do presídio de Brians 2 acompanhado de sua advogada, Inés Guardiola.
“Cinco milhões compra a liberdade de estuprador julgado e condenado por estupro. Ele é condenado por estupro. Segundo, é o corpo e a palavra da mulher que está sendo mais uma vez violada, mais uma vez sofrendo as consequências disso”, afirmou Gonçalves.
“Eu acho que foi um equívoco, não posso julgar o que aconteceu na Espanha, mas ele deveria cumprir a sua condenação na prisão”, prosseguiu.
Na última terça (19), a defesa de Daniel Alves fez um pedido de liberdade condicional com o pagamento de 50 mil euros, mas que foi respondido no dia seguinte com uma fiança majorada em 1 milhão de euros, além do cumprimento de medidas restritivas.
Em fevereiro, o ex-jogador foi condenado a quatro anos e meio de prisão por estupro contra uma jovem, crime cometido em dezembro de 2022, em Barcelona. O jogador foi preso preventivamente em 20 de janeiro de 2023 e, desde então, não havia deixado a prisão.
Ainda não há confirmação da fonte de pagamento usada pelo jogador. Na última semana, Neymar da Silva Santos, pai de Neymar Júnior, jogador do Al-Hilal, negou que teria dado ou emprestado dinheiro para Daniel Alves pagar a fiança.
Antes da sentença em fevereiro, porém, o empresário confirmou que tinha emprestado 150 mil euros “para um amigo”. O valor foi usado como um atenuante para a pena de prisão. Tanto a defesa da vítima quanto o Ministério Público recorreram da sentença.
Na última sexta-feira (22), a promotoria também pediu à Justiça a revisão da liberdade provisória concedida ao atleta.
Daniel Alves terá os passaportes brasileiro e espanhol retidos, deverá comparecer à Justiça semanalmente e não poderá se aproximar a menos de um quilômetro da vítima.