Lula se irrita com movimentação de Mercadante em meio à crise na Petrobras | Política

O Diretório
por O Diretório
4 Leitura mínima

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) demonstrou irritação, nos últimos dias, em relação à movimentação política do atual presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, cujo nome foi ventilado para uma eventual troca no comando da Petrobras, hoje sob direção de Jean Paul Prates.

A interlocutores, Lula admitiu que não gostou da informação de que Mercadante teria conversado, nos bastidores, tanto com Jean Paul, como com assessores da cúpula BNDES.

Isso porque, há alguns dias, Mercadante teria sido procurado por Lula em função da disposição do governo de demitir Jean Paul da direção da estatal. O mal-estar veio, porém, após circularem informações de que Mercadante aproveitou essa sondagem para relatar a interlocutores que não pode garantir mais a sua permanência no BNDES.

Procurado pelo Valor, Mercadante decidiu não se posicionar sobre o tema, mas, por meio de sua assessoria de imprensa, negou que tenha conversa sobre a crise na Petrobras com técnicos e assessores.

Além disso, segundo fontes, Lula deu a entender a nomes de sua confiança que estaria “cansado” da disputa entre o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente da Petrobras, que vivem em embates públicos quanto à política de preços da empresa. Sobre isso, Lula teria voltado a “cobrar” a Casa Civil, a quem teria determinado que solucionasse a crise entre Silveira e Prates.

A crise escalou depois que o ministro de Minas e Energia e o presidente da petroleira se desentenderam sobre a distribuição dos dividendos extraordinários da Petrobras. Prates defendia distribuir 50% dos recursos extraordinários aos acionistas, mas Silveira e o conselho discordaram diante de discussões sobre o fôlego da estatal para investimentos em energia limpa.

Diante desse cenário, neste domingo (7), circularam informações de que Lula havia convocado reunião para tratar de Petrobras, no Palácio da Alvorada, em Brasília. Os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira, foram convocados para o encontro juntamente com o ministro Paulo Pimenta, da Secom. O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, não foi chamado.

Haddad chegou até a antecipar a volta para Brasília para participar da reunião, marcada para as 20h, mas a reunião terminou cancelada. O Valor apurou que o motivo do cancelamento foi o vazamento da reunião, que era para ser feita em caráter “reservado”, disse uma fonte próxima das discussões.

Na agenda oficial, consta encontro de Haddad com Lula nessa segunda-feira (8), às 18h. O assunto Petrobras tende novamente a dominar a agenda política e econômica da semana.

O domingo foi marcado por informações contraditórias sobre a permanência de Prates na Petrobras. Quando tornou-se público que Lula havia marcado a reunião com os ministros, sem a presença de Prates, ganhou força a versão segundo a qual o presidente da petroleira poderia ser demitido no fim do dia de domingo (8) mesmo.

A versão apoia-se em todo um contexto que ganhou força nos últimos dias, à medida em que aprofundou-se a crise no comando da estatal. Nos bastidores, as informações são de que a própria diretoria de Prates na empresa já não acreditava mais na permanência dele no cargo.

Fonte: Externa

Compartilhe esse artigo