O Itamaraty condenou “nos mais firmes termos” a invasão da embaixada do México pela polícia do Equador.
“A ação constitui clara violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas que, em seu artigo 22, dispõe que os locais de uma Missão diplomática são invioláveis, podendo ser acessados por agentes do Estado receptor somente com o consentimento do Chefe da Missão”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores.
A polícia invadiu a embaixada mexicana em Quito na noite de sexta-feira (5) para prender o ex-presidente do Equador, Jorge Glas. O político foi condenado duas vezes por corrupção e estava na embaixada desde dezembro, quando pediu asilo ao governo do México.
O Itamaraty afirmou ainda que “a medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização”.
As missões diplomáticas são consideradas extensões dos territórios dos países que representam.
Em resposta à invasão, o governo mexicano rompeu relações diplomáticas com o Equador.
Na nota, o Itamaraty diz ainda que “o governo brasileiro manifesta sua solidariedade ao governo mexicano”.
O Equador vem sendo governado pelo presidente Daniel Noboa desde novembro de 2023.
Um político de direita, Noboa vem defendendo o uso de uma mão pesada para tentar resolver os problemas do país, especialmente a violência associada ao narcotráfico.
No entanto, não existe justificativa para um ataque sem precedentes contra a embaixada de um país amigo.