Com os grandes avanços do conhecimento científico e tecnológico nos últimos anos, fomentar um ambiente propício para inovação é um dos desafios recentes apresentados às instituições de saúde. Organizações bem-preparadas, que contam com modelos de assistência, ensino e pesquisa, largam na frente nessa corrida.
O modelo de Cancer Center acaba se destacando neste cenário, pois sua forma de atendimento, obrigatoriamente, precisa ser integrada. Prevenção, investigação, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos andam de mãos dadas com ensino, pesquisa e inovação. “Nosso objetivo é desenhar soluções para fazer o futuro chegar mais rápido”, diz Dr. Victor Piana, presidente do A.C.Camargo Cancer Center.
Segundo Dr. José Humberto Fregnani, superintendente de Ensino, Pesquisa e Inovação do A.C.Camargo, a instituição trabalha para unir o conhecimento teórico produzido pelos pesquisadores à experiência de mercado do setor produtivo. “Quem ganha é o paciente”, afirma.Um dos projetos desenvolvidos é o Clevercare, criado em parceria com a empresa J&J MedTech Brasil e a startup Kidopi, com o objetivo de reduzir os dias de internação pós-cirúrgica sem trazer riscos adicionais de complicações ao paciente. Segundo explica o Dr. Samuel Aguiar, líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais do A.C.Camargo, esse projeto é um app que ajuda a identificar complicações precocemente, otimizando recursos sem prejuízo ao tratamento. Um exemplo que apareceu no estudo foi de um paciente que respondeu, pelo app, que a cor do seu dreno tinha mudado. O sistema indicou que ele deveria voltar ao Cancer Center para atendimento. Uma infecção foi detectada no início e tratada com rapidez.
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Outro dos projetos incubados é um programa de realidade virtual, desenvolvido em parceria com a edtech Medroom, que permite a visualização de exames em 3D. Em um exame tradicional, o radiologista enxerga as imagens em duas dimensões e precisa “montar” um cenário mental. Com essa nova tecnologia, o médico consegue não apenas visualizar as imagens em 3D, mas também interagir com elas.
O Cancer Center ainda está desenvolvendo projetos na área de medicina personalizada. Um deles, com a empresa Aljava, replica microtumores em um ambiente semelhante a um órgão para testar quais fármacos funcionam melhor para cada um deles. “Assim como um exame de urina informa quais antibióticos devem funcionar melhor para a bactéria que está causando a infecção, a ideia desse projeto é antever o comportamento de um tumor perante uma droga”, diz Dr. Fregnani. Outro projeto, com a Ziel Bioscience, também envolve testar fármacos contra sarcomas em partes moles.
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A tecnologia é uma importante ferramenta em todo esse processo, pois ajuda os profissionais de saúde a terem os instrumentos mais acurados para uma assistência mais precisa e preditiva. Uma das iniciativas criadas para fomentar essas parceiras é o Prêmio José Ermírio de Moraes (JEEM) que, desde 2022, destaca projetos que ajudam a melhorar a vida de quem passa por tratamento oncológico.
Esse projeto aproxima as startups ao Cancer Center, pois as boas ideias acabam vindo para “dentro de casa”, e o time do A.C.Camargo contribui para transformar projetos em realidade. No momento, existem oito em andamento. “A inovação vai além do que é visto pelo paciente. Ela contribui para instalar processos que otimizem o tempo do profissional de saúde”, diz Dr. Piana.
O A.C.Camargo ainda tem apostado em parcerias no ensino e na pesquisa. “Faz parte da nossa missão usar o volume de atendimentos para formar médicos no Brasil todo. E é nosso papel social ampliar os horizontes, para cuidar dos pacientes.”
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Essa é a essência da evolução: usar a tecnologia não para substituir o cérebro humano, mas para ser uma ferramenta poderosa que vai trazer mais qualidade de vida para as pessoas.
Você conhece o papel da navegação?
O conceito de “navegação” dentro da enfermagem é pouco conhecido, mas o A.C. Camargo tem prezado pelo pioneirismo e pela excelência nessa especialidade. “O enfermeiro navegador é o profissional responsável pela coordenação de toda a jornada do paciente”, diz Dr. Samuel Aguiar, líder do Centro de Referência de Tumores Colorretais do A.C.Camargo.
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“O cuidado em saúde hoje, especialmente os mais longos, não pode ser fragmentado”, afirma o médico. O enfermeiro navegador “mapeia” e ajuda a planejar a jornada do paciente, que é a soma de todas as etapas pelas quais a pessoa vai passar, envolvendo diagnóstico, tratamento, pré e pós-cirurgia, recuperação, etc. “O papel do navegador é fundamental, porque ele tem um olhar integrado”, Dr. Samuel. Por exemplo, ele sabe detectar algum problema em um exame ou em outra etapa do tratamento e vai saber qual profissional acionar em cada momento, já que o tratamento de câncer envolve várias especialidades, como oncologista, radiologista, cirurgião, nutricionista e fisioterapeuta. Depois que o paciente tem alta, o enfermeiro navegador ainda pode contar com a ajuda da tecnologia para monitorá-lo a distância.