Inea tenta indicar ex-assessora de Flávio Bolsonaro para assumir unidade de conservação em Ilha Grande | Política

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O Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro (Inea) tentou indicar nesta semana Valdenice Oliveira Meliga, ex-assessora do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), para chefiar uma das unidades de conservação ambiental de Ilha Grande, no litoral sul fluminense.

A indicação de Meliga, no entanto, não foi oficializada pelo governo estadual do Rio e, por isso, ela não assumiu o cargo. O caso foi antecipado pelo jornalista André Trigueiro, da GloboNews.

O nome da ex-assessora constava num ofício enviado pelo presidente do Inea, Renato Jordão Bussiere, à Secretaria de Casa Civil. No documento, era solicitada a exoneração do então chefe da unidade de conservação, Claudio Barcellos, para que Meliga fosse nomeada.

Além de assessora, Meliga também foi a tesoureira da campanha ao Senado de Flávio Bolsonaro, em 2018. Ela foi citada em dois processos envolvendo o senador. O primeiro foi o caso dos supostos desvios de salário de assessores fantasmas quando Flávio estava na Alerj. Na prática conhecida como “rachadinha”, o dinheiro volta às mãos do então deputado.

O senador, que sempre negou que a prática ilegal tenha acontecido, chegou a ser denunciado pelo Ministério Público, mas a denúncia foi rejeitada pela Justiça do Rio e pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) por questões processuais.

Meliga também foi citada nas investigações do Ministério Público Federal sobre supostas irregularidades nos gastos de campanha do PSL no Rio, partido ao qual Flávio e Bolsonaro eram filiados na época. Essas investigações, no entanto, também não avançaram.

Flavio Bolsonaro e Valdenice Oliveira Meliga — Foto: Reprodução/Instagram

Na mesma semana, o Inea nomeou como chefe de unidade de conservação o primo do secretário de Ambiente e Clima do Estado, Bernardo Rossi. A nomeação de Luis Carlos Rossi foi publicada no Diário Oficial do Rio na terça-feira (9), mesmo dia em que seria oficializada a indicação de Meliga.

O Inea é um órgão vinculado à Secretaria de Ambiente e Clima. Rossi assumiu a pasta no início de março, substituindo o vice-governador, Thiago Pampolha (MDB). A saída do vice da secretaria se deu pelo rompimento de Pampolha com o governador Cláudio Castro (PL), que quis esvaziar o poder do companheiro de chapa dentro do Palácio Guanabara.

Até então, Rossi ocupava a Secretaria de Governo.

Com a nomeação, Luis Carlos Rossi, que não tem formação na área ambiental, passou a ficar responsável pela unidade de conservação da Serra da Maria Comprida, que fica em Petrópolis e pega parte da Serra das Araras.

A unidade de conservação foi escolhida justamente por ser em Petrópolis, onde Rossi já foi prefeito e onde vive a família do secretário.

Procurados, o governo do Estado, a Secretaria de Ambiente e Clima e o Inea não responderam até o momento da publicação da reportagem.

Fonte: Externa

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