As importações de soja pela China em março caíram ao nível mais baixo para o mês em quatro anos, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, uma vez que os preços altos e as margens fracas dos suínos desencorajaram o esmagamento da oleaginosa para consumo de ração.
O total de importações no mês foi de 5,54 milhões de toneladas de soja, uma queda de quase 20% em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com a Administração Geral de Alfândega.
As chegadas de soja ao maior comprador da oleaginosa do mundo em janeiro-março totalizaram 18,58 milhões de toneladas, encolhendo 10,8% em relação aos 20,83 milhões de toneladas do mesmo trimestre do ano passado, segundo os dados.
Isso reflete a demanda relativamente fraca pela soja na China devido aos baixos lucros no setor pecuário que afetam a procura por farelo, disse Liu Jinlu, pesquisador agrícola da Guoyuan Futures.
“O alto custo da soja importada este ano também afetou o impulso dos compradores chineses para importar soja”, disse ela.
A China compra soja para esmagar e transformar em farelo para ração animal e óleo de cozinha.
A expectativa é de que as importações de soja aumentem no segundo trimestre, após a conclusão da temporada de colheita no Brasil.
“Acreditamos que as importações ainda continuarão a crescer este ano, mas a taxa de crescimento diminuirá, já que a demanda de ração da China está fraca e o consumo do consumidor também está fraco”, disse Rosa Wang, analista da JCI, uma empresa de consultoria agrícola com sede em Xangai.
As importações de cereais e sementes oleaginosas da China devem permanecer próximas de recordes neste ano, apesar de uma recente onda de cancelamentos, uma vez que os preços globais mais baixos e um déficit na produção doméstica estimulam as compras.
A colheita de soja do Brasil para o ciclo 2023/24 atingiu 78% da área plantada até a última quinta-feira, informou a consultoria de agronegócios AgRural na segunda-feira.
Uma safra recorde de soja no Rio Grande do Sul deve compensar as perdas no Centro-Oeste, onde a cultura foi atingida pela seca, mantendo os preços no maior produtor e exportador do mundo e diminuindo o ritmo das vendas, de acordo com agricultores e cooperativas locais.