A líder opositora de Nicolás Maduro, María Corina Machado, afirmou nesta sexta (22) que irá inscrever a professora e filósofa Corina Yoris Villasana como sua substituta no registro de candidatos para as eleições presidenciais de 28 de julho na Venezuela.
“Encontramos uma pessoa de minha total confiança, honrável, que vai fazer esse trâmite com o apoio e a confiança de todos, porque isso foi uma decisão que surgiu do seio da discussão das forças unitárias”, disse Machado em coletiva de imprensa.
Nesta quinta-feira (21), a líder opositora afirmou que não estava conseguindo se candidatar pelos partidos Mesa de Unidade Democrática e Um Novo Tempo, que integram o bloco opositor Plataforma Unitária. Machado foi proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos, após uma sentença do Tribunal Superior Eleitoral.
“Sabemos que estão passando as horas e o regime utiliza isso como uma manobra para depois dizer que não havia unidade e que não havia disposição para superar os obstáculos e não vamos permitir isso”, garantiu ela, que ganhou as primárias opositoras do final do ano passado.
Machado indicou, no entanto, que não desistirá da luta para concorrer, ao afirmar que a lei venezuelana permite substituição do candidato inscrito até 10 dias antes das eleições. Ela é a candidata mais competitiva contra Nicolás Maduro, que tentará a reeleição pela sigla chavista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).
“Encontramos a pessoa correta”, disse a líder opositora sobre Corina Yoris, sua representante para as eleições, afirmando estar emocionada com a escolha.
Yoris é formada em filosofia e Letras, e é doutora em história. Atua como professora de Lógica e Teoria da Argumentação na Universidade de Salamanca, e integra a Academia Venezuelana da Língua. Ela atuou na comissão para a realização das eleições primárias do bloco opositor.
No documento que ratifica a proibição de que Machado concorra a cargos públicos, o TSJ venezuelano afirma que ela “foi partícipe da trama de corrupção orquestrada pelo usurpador Juan Guaidó”, em referência ao opositor que se autoproclamou presidente do país em 2019, quando liderava o Legislativo do país.
Segundo o texto, a “trama” proporcionou o bloqueio do país a recursos, e entrega de empresas e riquezas venezuelanas no exterior, como a Citgo, subsidiária da petrolífera estatal nos Estados Unidos, além da solicitação de aplicação de sanções ao país.