O lançamento de um mapa-múndi que coloca o Brasil no centro da projeção cartográfica foi um “grande sucesso”, afirmou nesta segunda-feira (15) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
O mapa-múndi foi lançado pelo IBGE em conjunto com a 9ª edição do Atlas Geográfico Escolar, durante um evento na Casa G20, no Rio de Janeiro, na semana passada.
A criação despertou polêmica nas redes sociais, atraindo críticas e elogios. A projeção surpreendeu uma parte dos usuários ao trazer o Brasil no centro, e não mais à esquerda de quem vê os mapas, como costuma ocorrer.
“Devido ao grande sucesso desse lançamento, o IBGE vem recebendo pedidos e consultas sobre a disponibilidade do mapa”, declarou o instituto.
“Para atender a essa demanda, o IBGE decidiu comercializar o mapa-múndi por meio de sua loja virtual”, completou.
Chamada de “lacração geográfica” por alguns e “ícone decolonial” por outros, a projeção polarizou internautas que passaram a discutir temas como cartografia, geopolítica e patriotismo.
O IBGE afirmou que o novo mapa-múndi estará disponível para venda a partir desta terça-feira (16) no formato A3 (42cm x 29,7cm), pelo valor de R$ 10, acrescido do custo de frete. A peça, porém, já aparecia na vitrine da loja virtual na tarde desta segunda.
A projeção cartográfica tem a marcação dos países que compõem o G20 e dos que possuem representação diplomática brasileira. Também traz algumas informações básicas sobre o Brasil, como população e área.
O presidente do IBGE, Marcio Pochmann, compartilhou o lançamento em seu perfil no X (ex-Twitter). Ele postou fotos da apresentação do mapa para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e senadores.
Pochmann escreveu na rede social que “o novo IBGE mostra o Brasil no centro do mundo” e que os mapas “representam a própria face de uma nação”.
Em entrevista à Folha de S.Paulo no sábado (13), o ex-presidente do instituto Roberto Olinto disse ver um “ruído excessivo” nos debates.
Segundo ele, outros países já produziram projeções cartográficas em estilo semelhante, com destaque para seus territórios ao centro.
Olinto, contudo, também chama de excessiva a relevância dada pelo IBGE à divulgação do trabalho. “O IBGE segue padrões, e esse é possível. A discussão a partir daí é que não deve ser feita”, avaliou o ex-presidente.
“É um ruído excessivo, mas acho que tem problema dos dois lados. Tem de tomar muito cuidado na divulgação para não gerar isso”, acrescentou.
Pochmann defende que, além de realizar entrevistas coletivas, o instituto dissemine seus documentos de “forma transversal”, o que inclui expandir as formas de comunicação.