O HSBC está prestes a contrariar a tendência de aumento de bônus no setor bancário, enquanto se prepara para uma redução multibilionária de custos devido à reestruturação em andamento.
Uma porta-voz do HSBC afirmou que o comitê de remuneração do conselho tomará decisões variáveis no primeiro trimestre “com base em nosso desempenho do ano inteiro”.
“Estamos comprometidos em garantir que nossos funcionários sejam recompensados de forma justa e em atrair e reter talentos em cada um dos mercados em que operamos”, acrescentou a porta-voz.
As discussões sobre os prêmios ocorrem meses após o HSBC ter declarado que seu fundo de pagamento estaria “amplamente alinhado” com os US$ 3,8 bilhões em bônus que pagou em 2023.
Desde que assumiu o cargo em setembro, o CEO Georges Elhedery iniciou uma ampla reformulação no maior banco da Europa, argumentando que uma nova estrutura proporcionaria à empresa “uma clara vantagem competitiva e a maior oportunidade de crescimento”. Ele já anunciou a fusão das divisões de banco comercial e banco de investimento fora de Hong Kong, eliminando camadas de alta gestão.
Qualquer decisão de reduzir o orçamento de bônus desapontaria os funcionários do HSBC, que estão acompanhando de perto a reestruturação em um cenário de pagamentos geralmente crescentes do setor por parte de seus pares europeus.
O Barclays e o Deutsche Bank devem aumentar os prêmios para funcionários em 2024, com base em desempenhos mais fortes de suas divisões de banco de investimento.
O HSBC informou aos gestores que a reestruturação levará até junho de 2025 para ser concluída e, embora a economia total de custos ainda esteja em progresso, executivos esperam que o trabalho os ajude a reduzir pelo menos US$ 3 bilhões em despesas, informou anteriormente a Bloomberg News. Isso representaria um corte de cerca de 10% na conta de despesas do banco, que é estimada em cerca de US$ 32,6 bilhões para o ano, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.
Espera-se que o banco forneça detalhes sobre o impacto financeiro de seus planos de reestruturação, incluindo um custo único relacionado a essa iniciativa, juntamente com a divulgação dos resultados financeiros de 2024 no próximo mês.
Analistas da Bloomberg Intelligence disseram no mês passado que o corte de custos do HSBC poderia ser “ampliado” para impulsionar ainda mais os lucros. Em particular, os analistas esperam ver mais reduções na folha de pagamento anual de US$ 19 bilhões do banco, que constitui a maior parte de suas despesas.