O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se encontrou hoje em Washington com o senador Bernie Sanders para pedir apoio do político à proposta brasileira de reforma do sistema tributário global, que prevê taxação de grandes empresas e impostos para super-ricos. A reunião ocorreu em agenda paralela às reuniões de primavera do FMI e Banco Mundial na capital americana.
O ministro brasileiro explicou a proposta do país de fazer uma cobrança global para as corporações, que chegue a 20%, e taxar os super-ricos. Haddad disse que a ideia está sendo elaborada pela nobel de economia Esther Duflo e o professor Gabriel Zuckmann. Como resultado, Haddad disse que poderia ser criado um fundo de US$ 500 bilhões para investimentos em combate à pobreza e às mudanças climáticas, o que poderia trazer “mais esperança” para o mundo, pois os recursos seriam direcionados para projetos socioambientais.
O ministro disse que a proposta já conta com o apoio de países como França, Espanha e que espera contar também com os Estados Unidos. Questionado se seria viável esse apoio, Sanders disse que não acredita nessa mudança para “amanhã”, mas que vê um consenso sendo construído.
“Ninguém que viva na China, EUA, Canadá ou Brasil vai aceitar que uma pessoa com muita riqueza não pague nenhum centavo em impostos”, disse o senador, que ganhou notoriedade em 2016 quando disputou com Hilary Clinton a indicação para concorrer à presidência dos EUA pelo partido democrata.
Sobre a declaração do ministro alemão de finanças de que não apoiam a proposta brasileira de taxação, Haddad disse que espera que ele mude de posição.
Ainda em Washington, Haddad encerra seus compromissos de quinta-feira com encontro bilateral com o ministro de finanças da China.