O presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Marcio Pochmann, admitiu que há um problema salarial no instituto — onde cerca de 70% dos funcionários ganham pouco mais de um salário-mínimo —, mas que não há autonomia para decidir sobre eventuais reajustes salariais ou políticas de carreira.
“O IBGE é o maior instituto de pesquisa do país e tem cerca de 70% de seus trabalhadores ganhando um pouquinho mais que o salário mínimo. Essa é a realidade da instituição. Obviamente que há um problema salarial e temos feito esforços inclusive para poder melhorar”, disse Pochmann. “Mas essa questão de carreira, a gente não tem autonomia. Isso depende, na verdade, de uma visão maior, que quem dá a coordenada é a ministra Esther [Dweck], do Ministério de Gestão e Inovação.”
Pochmann revelou que vai participar da assembleia prevista para a quinta-feira e afirmou que a greve é um instrumento legítimo e a preocupação é apenas com o plano de trabalho do IBGE.
“Nós estaremos presentes, temos apoiado a pauta do sindicato em relação à carreira, do reajuste salarial. Agora, dependendo da decisão que o governo venha a fazer, a greve é um instrumento legítimo, previsto na Constituição. Obviamente que nossa preocupação é com o plano de trabalho, com o cronograma de atividades, mas a gente não tem autonomia para tomar decisões nesse sentido”, disse.
Pochmann participou, nesta quarta-feira (26), do lançamento do Anuário Estatístico do Brasil (AEB), publicação anual feita há mais de 80 anos e que reúne estatísticas do IBGE e de outras fontes de dados. Este ano é a primeira vez que o anuário terá também uma versão digital e interativa, disponível pela internet.