Em discurso na cerimônia de memória aos dois anos dos atos golpistas de 8 de janeiro, o ministro decano Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), afirmou que o “8 de janeiro não é um simples fato pretérito, é uma ferida aberta”.
O ministro aproveitou a sua fala para defender que o ataque aos prédios da Praça dos Três Poderes não foi um movimento “espontâneo de pessoas”.
Mendes defendeu também a moderação dos conteúdos em redes sociais para resguardar a democracia. “É fora de dúvida que nossas instituições devem conceber mecanismos para inibir a circulação de discursos criminosos nas redes sociais”, afirmou.
O ministro também disse que é preciso repensar o papel dos militares no arranjo político e regulamentar a atuação política de membros das Forças Armadas. Para ele, é preciso evitar “a militarização da administração e a politização dos quartéis”.
De acordo com Gilmar Mendes, é preciso pensar uma inelegibilidade ou alguma quarentena para militares, juízes, promotores, delegados e policiais que quiserem ocupar cargos públicos de modo que os cargos públicos não sejam instrumentalizados para fins políticos.