A Federação Única dos Petroleiros (FUP) considera que as pressões pela saída de Jean Paul Prates da presidência da Petrobras e as notícias sobre eventual substituição do executivo do comando da companhia corresponderiam a um “espancamento público”. Em nota, a federação afirmou, porém, que toda e qualquer decisão “final e suprema” será do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
A entidade é alinhada a Prates e tem apoiado o executivo desde que notícias sobre sua substituição no comando da estatal ganharam força, no mês passado. No documento, a FUP afirma que Prates restabeleceu o diálogo com a categoria e promoveu o fim da política de preço de paridade de importação (PPI), a qual a instituição classifica como “nociva”.
“A FUP reconhece a atuação da gestão Prates em busca do fortalecimento da Petrobras como promotora de investimentos, capazes de contribuir para a geração de emprego e renda dos brasileiros”, disse a entidade, na nota.
Na manhã desta quinta-feira (5), a colunista Mônica Bergamo, do jornal “Folha de S.Paulo” publicou que Prates teria pedido uma audiência com o presidente Lula para ter uma conversa “definitiva” sobre a situação dele à frente da empresa.
O executivo estaria inconformado com “bombardeio” que se intensificou nos últimos dias, especialmente a partir do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e do ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, de acordo com a reportagem da “Folha”.
O Valor apurou que não há previsão de ida de Prates à Brasília, mas ainda não foi possível confirmar se houve pedido de agendamento de encontro entre Prates e Lula.
Na quarta-feira (3), Silveira reconheceu, também em entrevista à Folha, que tem embates com Prates, mas que são “salutares”.
Há vários meses, nomes vinham circulando no mercado como possíveis sucessores do executivo, como o da ex-diretora-geral da Petrobras Magda Chambriard. Com a crise dos dividendos extraordinários, em março, a saída de Prates passou a ser fortemente cogitada no mercado.
Além de Chambriard, circularam os nomes de Miriam Belchior, ex-ministra-chefe da Casa Civil, Bruno Moretti, atual conselheiro da Petrobras, e Rodrigo Dubeux, secretário-executivo-adjunto do Ministério da Fazenda e candidato ao conselho de administração da companhia.
Outro nome que voltou à tona foi o de Aloisio Mercadante, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já havia sido cogitado para o cargo na transição de governo. O nome de Mercadante tem sido ventilado ao longo do dia.