A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, disse que o debate sobre a exploração de petróleo na Margem Equatorial, especificamente na Foz do Amazonas, transcende a discussão técnica. A companhia aguarda, desde o ano passado, uma nova avaliação do Instituto do Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), após uma negativa do órgão ambiental.
“Assim como outras fronteiras exploratórias, a Margem Equatorial é essencial para reposição de reservas de petróleo do país. Caso haja a descoberta de óleo e seja viável economicamente, ainda demora muito tempo”, afirmou a presidente da Petrobras a jornalistas, após participar do FII Priority Summit, encontro internacional de líderes e executivos que acontece no Rio, nesta quarta (12).
“A Total e a BP já estudaram a exploração da Margem e desistiram. Agora a Petrobras coloca todos os esforços para viabilizar a exploração. O tema transcende a discussão técnica, precisamos conversar com o CNPE [Conselho Nacional de Política Energética].”
Mais cedo, também no evento do Rio, o presidente Lula (PT) afirmou que a exploração da Margem é questão de tempo: “É importante ter em conta que nós, na hora que começarmos a explorar a chamada Margem Equatorial, vamos dar um salto de qualidade extraordinário. Queremos fazer tudo legal, respeitando o meio ambiente.”
Segundo Chambriard, a empresa está preparando um material para apresentar ao CNPE e avançar na discussão: “Quando se fala de política de Estado de transição energética, isso transcende licença ambiental; é uma questão de política energética do país. Órgão ambiental pode fazer exigências sobre o licenciamento, mas tenho dificuldade de entender como se nega uma licença previamente concedida. Vamos continuar mostrando para sociedade que a Margem é importante para o PIB do país.”
Sobre nova diretoria: “Há intenção de fazer ajustes”
Questionada sobre a divulgação dos nomes da nova formação da diretoria da companhia, Chambriard afirmou que deve informar entre o fim desta semana e o início da próxima. “Como todo gestor, há intenção de fazer ajustes.”
Chambriard também foi perguntada se pretende fazer mudanças nos preços de combustíveis, uma vez que não houve qualquer ajuste em 2024. “Nós consideramos que o preço dos combustíveis está funcionando bem, associando a paridade de importação, o custo de oportunidade e o market share.”