O Comando do Exército decidiu não intervir na reverência ao dia 31 de março mantida no quartel em Juiz de Fora (MG) de onde partiram as primeiras tropas para a execução do golpe de 1964.
“O Exército está focado no cumprimento da sua missão constitucional e busca elevar a qualidade da execução das suas tarefas, colimando seus esforços na modernização da Força e nos desafios do futuro”, disse o órgão.
Procurados sobre a homenagem, os ministérios da Defesa e de Direitos Humanos e Cidadania não se manifestaram.
A homenagem ao 31 de março está exposta na antiga sede da 4ª Região Militar, que agora abriga a 4ª Brigada de Infantaria Leve de Montanha.
A unidade se autodenomina “Brigada 31 de Março”. Segundo seu site, o nome se deve ao seu “papel decisivo e corajoso na eclosão da revolução democrática”, termo ainda utilizado por alguns militares para se referir ao golpe.
Foi deste quartel que, na madrugada de 31 de março de 1964, o general Olympio Mourão Filho, então chefe da 4ª Região Militar sediada em Juiz de Fora, mobilizou suas tropas em direção ao Rio de Janeiro para depor Jango. A decisão foi tomada após o discurso do presidente a sargentos pró-governo em defesa das reformas de base, vista pela oposição como uma “ameaça comunista” ao país.
O movimento de Mourão Filho antecipou os planos golpistas de militares, políticos e empresários, que há meses tramavam a queda do presidente.