O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um distúrbio caracterizado por alterações no neurodesenvolvimento que afetam a capacidade de comunicação, linguagem, interação social e comportamento, segundo o Ministério da Saúde.
Estima-se que, no Brasil, 2 milhões de pessoas vivam com essa condição – número que pode ser maior dado que há casos não diagnosticados. Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês), 1 em cada 36 crianças vive com TEA nos EUA.
Por que o autismo é considerado um espectro?
Primeiro, é preciso saber que, há alguns anos, o termo Transtorno do Espectro Autista (TEA) não era usado. Em vez disso, usava-se diferentes nomenclaturas para designar graus diferentes de autismo.
“Por exemplo, os casos considerados mais ‘leves’ eram chamados de ‘síndrome de Asperger’, enquanto os mais ‘graves’ eram conhecidos como ‘transtorno desintegrativo da infância’”, pontua o neuropediatra Abram Topczewski, presidente do Núcleo de Orientação para o Transtorno do Espectro Autista (Notea).
Em 2013, contudo, com o lançamento do 5° Manual de Diagnóstico e Estatística de Doenças Mentais (DSM-5, na sigla em inglês), esse cenário mudou. O documento, produzido pela Associação Americana de Psiquiatria (APA, na sigla em inglês), reuniu sob o mesmo guarda-chuva todos as manifestações de autismo, que passaram a se chamar Transtorno do Espectro Autista (TEA).
Nesse sentido, segundo o especialista, o termo “espectro” diz respeito a um conjunto amplo, que abrange as diferentes variações de autismo. “Estão dentro do espectro desde as manifestações de autismo mais simples até as mais complexas”, descreve.
Uma das principais consequências dessa mudança de nomenclatura, segundo o especialista, foi a maior facilidade de diagnóstico de pessoas com TEA. “Trata-se de algo relevante, já que só com o diagnóstico é possível buscar auxílio médico especializado”, justifica.
Segundo Topczewski, quanto mais precoce o diagnóstico, maiores as chances de sucesso das terapias de estímulo de desenvolvimento dos pacientes. “Em relação ao TEA, não se fala em tratamento, mas em formas de reduzir as comorbidades e melhorar a qualidade de vida do paciente. Isso pode se dar através de auxílio psicológico, atividades lúdicas ou, eventualmente, acompanhamento neurológico e psiquiátrico”, descreve.