A Embraer (EMBR3), maior alta do Ibovespa no ano, chegou a bater os R$ 30 no intraday, mas logo passou a ter queda, que chegou a 4,95% (R$ 27,66) no pregão desta segunda-feira (18). Às 13h40 (horário de Brasília), a queda era mais contida, de 1,48%, a R$ 28,67.
A forte volatilidade ocorre em meio à repercussão dos resultados do quarto trimestre de 2023 e do guidance (projeções) para 2024, que contava com grandes expectativas dos investidores. Apenas na semana passada, as ações da empresa acumularam uma alta de mais de 8% com revisões positivas de analistas e visões de uma boa carteira de pedidos a ser apresentada pela companhia.
Já na teleconferência pós-resultado, o vice-presidente financeiro da companhia também afirmou em que a Embraer poderá retomar o pagamento de dividendos em 2025. Com isso, a queda na sessão é atribuída ao fato de os investidores estarem embolsando lucros após os recentes ganhos – enquanto analistas seguem bastante otimistas.
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O Bradesco BBI destacou um sólido Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de US$ 254 milhões, alta de 11% ao ano e superando as projeções em 8%, enquanto o guidance de 2024 também foi forte. A expectativa é de entregas de aeronaves da aviação comercial entre 72 e 80 e da aviação executiva entre 125 e 135. Após o resultado, o banco reafirmou recomendação outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra) para os ADRs (American Depositary Receipts, ou recibo de ações negociados na Bolsa de Nova York) ERJ, com preço-alvo sendo elevado de US$ 27 para US$ 30, ou potencial de alta de 29%.
O Itaú BBA também tem recomendação outperform para os ativos e destacou os resultados próximos ao esperado no 4T23 nas linhas de receita e Ebitda, enquanto o guidance forte para o ano reforça a boa demanda atual do setor. A margem pode aumentar, segundo as projeções da própria companhia, enquanto o fluxo de caixa livre (FCF) projetado é de US$ 220 milhões em 2024, ante US$ 318 milhões no ano anterior.
Por outro lado, em sua teleconferência, a administração mencionou que a empresa preferia ser conservadora em sua orientação devido a questões da cadeia de suprimentos e potencial volatilidade no fluxo de caixa durante o ano, mas permanece bastante confiante de que os números divulgados serão entregues, apontou o BBA.
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Já o BTG Pactual apontou que a Embraer divulgou uma receita líquida sem surpresas no 4T, embora o Ebitda tenha sido uma leve decepção frente às projeções do banco. Os resultados do 4T foram impactados por itens não recorrentes, principalmente relacionados a despesas da Eve (não-caixa), ativos mantidos para venda e marcação ao mercado das ações da Republic. A margem, por sua vez, foi resiliente em todos os segmentos, enquanto a geração de fluxo de caixa livre ficou acima do guidance.
“Apesar das entregas de aeronaves apenas razoáveis no 4T, esperamos que a atenção se concentre no guidance positivo para 2024, com entregas sólidas esperadas e fluxo de caixa robusto. O backlog da Embraer encerrou 2023 em US$ 18,7 bilhões (o mais alto em 6 anos), a empresa permanece bem-posicionado na aviação e oferece uma boa exposição a uma indústria de aviação em recuperação, o que significa que as ações permanecem uma tese de valor interessante (crescimento do eVTOL, cibersegurança, outras parcerias)”, avalia o BTG, que também segue recomendando compra para a ação apesar da alta acumulado do ano, ainda vendo o papel como atrativo, “principalmente à medida que sua campanha comercial acelera”, pontua o banco.