No comando da máquina pública, o prefeito de São Paulo e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB), fez com que a bancada de seu partido se tornasse a maior da Câmara Municipal paulistana, com 11 vereadores. A seis meses da eleição municipal, a legenda atraiu metade da bancada do PSDB, que perdeu a representatividade no Legislativo da capital, e deu um salto em relação aos três parlamentares eleitos na disputa de 2020. Em 2016, a sigla elegeu apenas dois.
O MDB de Nunes foi o maior beneficiário do período da janela partidária, que terminou sábado (6). Durante um mês, os vereadores puderam trocar de partido sem o risco de perder o mandato.
Nunes era presidente do diretório municipal do MDB e participou da negociação para filiar os vereadores à sigla. O prefeito filiou também o secretário municipal de Relações Internacionais, Aldo Rebelo, cotado para ser seu vice na disputa pela reeleição. O comando do diretório está com Enrico Misasi, secretário de Relações Institucionais da prefeitura.
O partido do prefeito perdeu uma vereadora, Janaina Lima, que foi para o PP, mas a legenda integra a base de apoio de Nunes e apoiará sua reeleição. Na Câmara, o prefeito tem uma maioria folgada e conta com o apoio de 37 dos 55 vereadores (dois terços do total).
O PL do ex-presidente Jair Bolsonaro dobrou de tamanho e passou de três para seis vereadores. O partido aposta na ex-secretária Sonaira Fernandes, recém-filiada à legenda, como uma das principais puxadoras de votos para a bancada na eleição deste ano, se a parlamentar não for escolhida como vice de Nunes. Sonaira é ligada à família Bolsonaro e atuava como secretária de Políticas para a Mulher no governo estadual, de Tarcísio de Freitas (Republicanos).
O PSD do secretário estadual Gilberto Kassab também dobrou de tamanho e foi de três para seis vereadores.
O PSDB, que elegeu a maior bancada em 2020 junto com o PT, cada um com oito vereadores, perdeu todos os parlamentares, em meio a uma crise interna do partido. Quatro foram para o MDB, dois migraram para o PSD, um foi para o União Brasil e outro para o PL. Todos apoiarão a reeleição de Nunes. Já o PSDB municipal ainda não definiu se terá candidato próprio ou se ficará com a vice da pré-candidata Tabata Amaral.
Outro partido que perdeu a representatividade, a exemplo do PSDB, é o Solidariedade, que elegeu um vereador em 2020 e agora não tem nenhum.
O PSB de Tabata tem dois vereadores, com a filiação de Jussara Basso, ex-Psol.
O PT, que tem a vice de Boulos na disputa municipal, com a ex-prefeita Marta Suplicy, ganhou um vereador e ficou com a segunda maior bancada da Câmara, com nove vereadores. Adriano Santos deixou o PSB e filiou-se ao partido. Somados, PT e Psol têm 14 parlamentares dos 55.
Na Câmara paulistana, 18 dos 55 vereadores trocaram de partido.