O dono da Tesla, Elon Musk, respondeu neste sábado a uma postagem no X (ex-Twitter) do dia 11 de janeiro do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para questionar sua atuação no caso da tentativa de golpe do dia 8 de janeiro de 2022 por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Musk não deixa claro quais ações do juiz podem configurar censura, porém esta não foi a primeira vez que o empresário questionou a atuação de Moraes. No início da semana, foi vazada no X uma série de e-mails de diretores e consultores jurídicos da empresa que relatavam pedidos do Ministério Público para a retirada de fake news ligadas à pandemia e pedidos do STF para obter informações de pessoas que impulsionam hashtags que pediam a prisão do ministro Luís Roberto Barroso.
A publicação de e-mails pessoais aconteceu semanas depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), aprovou uma resolução que obriga que as redes sociais adotem medidas para limitar a circulação de notícias falsas ou descontextualizadas durante as eleições.
Atualmente, a Operação “Tempus Veritatis” da Polícia Federal (PF), que investiga a tentativa de pessoas ligadas a Bolsonaro de tentar reverter o resultado da eleição presidencial vencida por Luiz Inácio Lula da Silva, tem como base depoimentos de pessoas próximas ao ex-presidente, como o tenente-coronel Mauro Cid, e já realizou 33 mandatos de busca e apreensão e quatro prisões preventivas.
Além dos inquéritos que estão sendo conduzidos pelo STF, Bolsonaro também é alvo de procedimentos na primeira instância, e na Justiça Eleitoral se tornou inelegível até 2030 devido a crimes cometidos na nessa esfera. O ex-presidente também espera julgamento de outras nove acusações contra ele no TSE.
Na maior parte dos procedimentos em curso no STF, Bolsonaro aparece como citado ou investigado, o que significa que ele não é oficialmente acusado pela prática de qualquer crime.
Os inquéritos, em sua maioria sigilosos, envolvem também aliados, ex-ministros, apoiadores e filhos do ex-mandatário. Ao final das apurações, a PF decidirá se pede o indiciamento de Bolsonaro e caberá à Procuradoria-Geral da República (PGR) analisar se apresenta denúncia à Justiça ou pede arquivamento do caso.