Eclipse Solar Total: como os povos antigos reagiam ao evento?

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Um Eclipse Solar Total é esperado para o mês de abril e poderá ser avistado em quase toda a América do Norte. Em função disso, as autoridades dos Estados Unidos esperam um aumento significativo de turistas para observar o fenômeno, que ocorreu pela última vez em 2017. O “sumiço” do Sol, no entanto, já aconteceu no passado e está ligado a mitologias e tradições de povos antigos.

Relatos antigos sobre o Eclipse Solar Total

Durante milênios, os eclipses inspiraram admiração, admiração e medo. E não é difícil imaginar que o fenômeno despertasse uma série de sentimentos diferentes nos habitantes do planeta no passado. Mas engana-se quem acredita que as pessoas não sabiam o que estava acontecendo.

Qualquer pessoa que preste atenção ao céu estaria bem ciente de que a Lua está bloqueando o Sol. Mas o significado desse evento teria sido muito diferente dos povos antigos. Culturas diferentes da nossa, presentes e passadas, tinham uma visão muito diferente do mundo natural.

Anthony Aveni, professor de antropologia e astronomia da Universidade Colgate, em Nova York

Muitas culturas antigas acreditavam que o que acontecia nos céus refletia eventos passados, presentes e futuros na Terra. É o caso dos maias, que viam a distância no espaço e a distância no tempo como uma só. Em outras palavras, olhar para longe no cosmos funcionava como uma espécie de portal para o passado.

Quando os antigos maias viram eclipses, interpretaram isso como uma visão sobre as práticas canibais de seus ancestrais, que há muito haviam sido eliminadas pelas leis maias. Para eles, o fenômeno era um lembrete de que a ordem social está sempre em perigo.

Já na mitologia chinesa, eclipses solares ocorriam quando um dragão tentava devorar o Sol. Em resposta, as pessoas se aglomeravam nas ruas, batendo tambores para assustar o animal. Um registro do fenômeno que ocorreu em 2134 a.C. relatou que “o Sol e a Lua não se encontraram harmoniosamente”.

Para os gregos antigos, por outro lado, os fenômenos eram um sinal do descontentamento dos deuses com os humanos: o Sol estava abandonando a Terra. A palavra eclipse, na verdade, vem da palavra grega “ekleipsis”, que significa “abandono”.

Não há nada além da esperança, nada que possa ser jurado impossível, nada maravilhoso, já que Zeus, pai dos olímpicos, fez a noite a partir do meio-dia, escondendo a luz do Sol brilhante, e o medo doloroso veio sobre os homens.

Poeta Arquiloco sobre um eclipse solar em 647 a.C.

Uma gravura do artista francês Pierre Brebiette retratando dois filósofos antigos contemplando um eclipse (Imagem: Pierre Brebiette/Metropolitan Museum of Art)

O próximo eclipse

  • No dia 8 de abril deste ano a Lua cobrirá o Sol num Eclipse Solar Total que poderá ser visto de várias regiões da América do Norte, possibilitando que milhões de pessoas observem o fenômeno, que resulta numa cobertura quase perfeita da estrela. Infelizmente, o evento não será visto do Brasil.
  • O fenômeno é o mesmo que foi registrado em 2017, mas há algumas diferenças.
  • No último evento do tipo, a Lua estava um pouco mais distante da Terra, assim a faixa onde o fenômeno pode ser observado em sua totalidade variava de 100 a 115 quilômetros de largura.
  • No que acontece em abril, essa faixa irá variar de 170 a 200 quilômetros.
  • O Eclipse Solar Total deste ano poderá ser visto por cidades e áreas mais densamente povoadas, permitindo que 31,6 milhões de pessoas assistam o fenômeno, em comparação com as 12 milhões de 2017.
  • No eclipse de 2017, o período mais longo de sua totalidade aconteceu próximo a Carbondale, Illinois e durou de 2 minutos e 42 segundos.
  • Em 2024, ele será mais longo próximo a Torreón, no México, durando cerca de 4 minutos e 26 segundos.
  • Durações superiores a 4 minutos, no entanto, também acontecerão até próximo da fronteira do Canadá, quando o eclipse durará 3 minutos e 21 segundos;
  • Outra diferença é que o ano de 2024 é mais próximo do máximo solar, onde a atividade da estrela é maior.
  • Assim, quando a Lua cobrir o Sol, é bem provável que serpentes de fogo na coroa estelar, diferente da aparência mais simples de 2017.



Fonte: Externa

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