Com apoio da dinâmica externa, onde o dólar exibe alguma fraqueza contra moedas de mercados emergentes, o câmbio doméstico ensaia um movimento de apreciação na manhã desta terça-feira, dia que não reserva indicadores ou eventos de peso no Brasil e no exterior. Neste sentido, declarações de dirigentes do Federal Reserve (Fed), que têm sido mais conservadoras, apesar de uma dinâmica mais favorável dos dados nos Estados Unidos, devem continuar a ser monitoradas com atenção pelos participantes do mercado.
“Com uma surpresa benigna de inflação nos EUA e um aparente consenso no Copom quanto ao diagnóstico de maior incerteza no cenário de referência, o real conseguiu reduzir a desvalorização observada neste trimestre. No entanto, o real ainda está sujeito a movimentos de volatilidade, enquanto persistir a incerteza fiscal doméstica em um contexto no qual o Fed não está perto de iniciar um ciclo de flexibilização monetária”, avaliam os estrategistas Mauricio Une e Renan Alves, do Rabobank, em nota enviada a clientes.
Para eles, uma menor entrada líquida de dólares neste ano e os calendários eleitorais e fiscais pela frente adicionam forças de depreciação do câmbio doméstico, especialmente nesta primeira metade de 2024. “No entanto, uma vez iniciado o ciclo de cortes de juros do Fed, ainda vemos o dólar sendo negociado a R$ 5,05 até o fim do ano”, dizem.