O dólar reverteu as perdas do início do pregão e fechou com alta nesta sexta-feira (5), após a folha de pagamento (payroll) de março nos Estados Unidos vir bem acima das expectativas do mercado. O payroll apontou a criação de 303 mil empregos em março, muito acima do consenso de 200 mil vagas, com as revisões somando 22 mil nos dois meses anteriores.
Os dados do mercado de trabalho americano sinalizam que o Banco Central dos EUA pode ser paciente com a inflação e não ter pressa para cortar taxas neste ano. Além disso, reduzem as apostas sobre início dos cortes das taxas (no CME, 55% apostam em corte em junho, de 59% há um dia).
Embora o principal fator de franqueza do real seja o ambiente externo, analistas notam que a moeda brasileira também sofre com o aumento da percepção de risco. Disputas entre o Congresso e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, principal fiador do novo arcabouço fiscal, e o noticiário pesado envolvendo a Petrobras afastam investidores de ativos domésticos.
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Qual a cotação do dólar hoje?
O dólar à vista fechou com valorização de 0,29%, a R$ 5,065 na compra e na venda. Na semana, a divisa norte-americana acumula ganho de 0,98% perante o real. No ano, a valorização acumulada é de 4,37%.
Às 17h29, na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia de 0,18%, aos 5.081 pontos.
O Banco Central fez nesta sessão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de junho de 2024.
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Dólar comercial
- Venda: R$ 5,065
- Compra: R$ 5,065
Dólar turismo
- Venda: R$ 5,264
- Compra: R$ 5,084
Leia mais: Tipos de dólar: conheça os principais e qual a importância dessa moeda
A moeda americana teve uma semana turbulenta, caindo de um máximo de cinco meses para um mínimo de duas semanas, depois de um abrandamento inesperado no crescimento dos serviços nos EUA ter apoiado as expectativas de que a Reserva Federal reduziria as taxas de juro.
Os investidores diminuíram as suas expectativas sobre o quanto a Fed poderá cortar as taxas este ano, com os futuros das taxas dos EUA a precificarem agora dois cortes em 2024.
Mas o contínuo fortalecimento da economia, juntamente com o aumento acentuado dos preços das matérias-primas, incluindo o petróleo, o cobre, o café e o cacau, estão a complicar o quadro da inflação.
Hoje, o relatório de emprego de março trouxe dados que superaram em muito as expectativas, reforçando a visão de que o mercado de trabalho permanece aquecido nos EUA, potencialmente atrasando os cortes previstos nos juro por parte do Fed este ano.
Além disso, sinais de resiliência da economia norte-americana ressoam no Brasil, podendo levar o Banco Central a não ser tão flexível nos cortes de juros de forma a evitar que o real se desvalorize demais, ao ponto de gerar pressão inflacionária.
Quanto menos o BC cortar os juros, melhor para a moeda brasileira, que se torna mais atraente para investidores estrangeiros quando os rendimentos oferecidos pelo mercado brasileiro são mais altos.
(Com Reuters)