Cotistas dos fundos Infinity decidem manter gestor e administrador renuncia | Finanças

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por O Diretório
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Os cotistas dos fundos Infinity votaram pela manutenção da gestora Vanquish, na assembleia que ocorreu no dia 22. O resultado se deu apesar do baixo quórum e do impedimento da Unimed Vitória, um dos principais cotistas, determinado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Com o resultado, a administradora RJI decidiu renunciar ao posto.

O principal deles é a Unimed Vitória, que tinha mais de R$ 100 milhões aplicados. A CVM entendeu que o cotista estava em posição de conflito e que não poderia votar na assembleia, o que foi atendido. O regulador chegou a essa conclusão depois de uma entrevista concedida à imprensa capixaba, em que um foi informado que a cooperativa de médicos possuía um acordo em separado com o grupo Infinity. Outro ponto considerado pelo regulador foi o pedido da Unimed Vitória para que a assembleia fosse cancelada, em apoio à Vanquish Capital, apurou o Valor.

Na assembleia realizada no dia 22, o menor quórum foi o do fundo Pipa, de 33,39%. Em nenhum dos fundos houve aprovação pela troca do gestor.

Essa foi a segunda vez que houve tentativa de troca do gestor, sem sucesso. Com o resultado, a RJI resolveu renunciar ao cargo. “Em função do resultado da assembleia geral de cotistas (…) por discordar da forma como vem sendo conduzida a gestão, a RJI manifesta sua renúncia à administração e às demais funções que exerce”, disse o administrador, em fato relevante.

Há tempos a relação entre gestor e administração estava conturbada. A Vanquish, por exemplo, já havia acusado a RJI de mentir para os cotistas e diz que a empresa não possui pudor em “induzi-los” a erro.

A RJI também tinha buscado a CVM para falar das questões envolvendo a Vanquish. O documento cita as controvérsias entre o gestor e o administrador em relação às providências que devem ser tomadas com relação aos fundos. Na ocasião, em resposta à RJI, a área técnica responsável informou que encaminhou o caso para uma das gerências, para verificar a “incidência, ou não, de hipótese de cancelamento do registro da referida gestora”.

Apesar da renúncia da, a RJI não vai deixar o posto imediatamente, e exercerá suas funções até a eleição de um substituto, por no máximo 90 dias. Pelo histórico turbulento, pessoas que acompanham o caso acreditam que será difícil encontrar uma empresa que esteja disposta a exercer o cargo. Sem um substituto, os fundos seriam liquidados, com a entrega, aos cotistas, de seus ativos e passivos, proporcionalmente à quantidade de cotas que possuírem.

Paralelamente, a RJI divulgou na semana passada que o pagamento das garantias aos fundos Vanquish pela ICP Ventures não foi realizado. As dívidas de R$ 400 milhões referem-se a operações com derivativos realizadas nos fundos, que deveriam ser de renda fixa.

Sem o pagamento da obrigação da ICP – parte relacionada que inclui o dono da antiga gestora -, previsto inicialmente para maio de 2023, o prejuízo dos fundos chegou a quase 90%. Naquela ocasião, o pagamento foi adiado por nove meses. A última posição sobre a possibilidade de pagamento foi de que seria realizado até março.

Em fato relevante publicado na semana passada, a RJI disse ter notificado a gestora que, em 22 de março, “indicou não possuir qualquer informação concreta que indique que o pagamento será realizado de forma voluntária pela contraparte e em que data ele ocorrerá”. A administradora também informou que está “tomando todas as medidas cabíveis”, sem detalhar.

Fonte: Externa

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