O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) calculado pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre) subiu 1,6 ponto em março, para 91,3 pontos, após duas quedas consecutivas.
“A alta da confiança dos consumidores foi motivada pela melhora de todos os quesitos que compõem o indicador, com exceção ao de intenção de compra de bens duráveis que recuou fortemente no mês. Esse é o primeiro resultado positivo do ano, elevando o indicador de um nível pessimista para moderadamente pessimista, acima dos 90 pontos. Apesar da melhora no mês, a dificuldade em alcançar níveis mais satisfatórios da confiança tem estado atrelado às limitações financeiras das famílias, como sugere a manutenção do indicador de situação financeira atual em níveis historicamente baixos”, diz Anna Carolina Gouveia, economista do FGV Ibre, em comentário no relatório.
Em março, a alta da confiança ocorreu tanto nas expectativas em relação aos próximos meses quanto nas avaliações sobre o momento atual.
O Índice de Expectativas (IE) avançou em 1,2 ponto, para 99,1 pontos, após acumular queda de 4,6 pontos nos dois últimos meses.
No mesmo sentido, o Índice da Situação Atual (ISA) subiu 2,1 pontos, para 80,7 pontos, segunda alta consecutiva do índice após iniciar o ano variando negativamente.
Entre os quesitos que compõem o ICC, o que mede as perspectivas para as finanças familiares futuras foi o que apresentou a maior contribuição para a alta da confiança no mês ao avançar 7,6 pontos, para 100,8 pontos, devolvendo parte da queda do mês anterior de 8,5 pontos.
A alta também foi observada no indicador que mede as perspectivas sobre a situação futura da economia que subiu 4,8 pontos, para 110,6 pontos. Apenas o ímpeto de compras de bens duráveis apresentou resultado negativo no mês ao recuar 9,2 pontos, para 85,8 pontos, oscilando fortemente nos últimos meses.
No mês, houve melhora das percepções sobre as finanças pessoais e da economia local, cujos indicadores avançaram em 2,0 e 2,1 pontos para 69,9 e 91,8 pontos, respectivamente.
A alta da confiança, apesar de em diferentes intensidades, ocorre de maneira difusa nas quatro faixas de renda. Consumidores de menor poder aquisitivo (até R$ 2.100) apresentam a maior contribuição para a variação positiva das avaliações sobre o momento atual mas se mostram relativamente pessimistas com relação aos próximos meses pelo terceiro mês consecutivo.