Após receber licença da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a corretora de criptomoedas Coinext abriu um braço de gestão de ativos, que começa a operar tendo em seu portfólio o fundo multimercados de criptomoedas Coinext Cripto Asset FIM IE.
Em relação ao benchmark – a rentabilidade alvo perseguida pelo fundo – a referência escolhida foi o S&P Cryptocurrency Broad Digital Market (BDM). Para os envolvidos com o projeto, o índice faz mais sentido para um produto de renda variável de criptomoedas do que escolher um benchmark de renda fixa conservador como o CDI. “Queríamos dar a visão de que o benchmark do mercado tem que ser algo como o próprio bitcoin, para mostrar que somos mais arrojados. É um índice que já está consolidado no setor cripto”, diz Ojevan.
Na construção da carteira do fundo, apesar de buscarem uma rentabilidade mais elevada, os gestores contam que não vão se posicionar nas famigeradas memecoins, as criptomoedas sem qualquer fundamento que costumam ter valorizações e quedas de proporções astronômicas movidas por especulação. “Não quero colocar ativos explosivos que podem impactar demais a carteira. O primeiro ponto é que queremos ter uma cesta de ativos com potencial de crescimento no longo prazo”, avalia Luis Martins, gestor da Coinext.
Martins cita como exemplos desta tese criptomoedas como LINK, da rede oráculo de blockchains Chainlink; ADA, do blockchain de terceira geração Cardano; e o token SOL, do blockchain de primeira camada concorrente do Ethereum, Solana. “Depois vamos para microcaps, que possuem muito potencial de valorização, e que possuem um time competente por trás. Temos Celestia (TIA) e Pendle (PENDLE), por exemplo”, cita o gestor.
O momento do ciclo do bitcoin é levado em conta para a decisão de colocar mais ou menos risco no portfólio, expondo a carteira a mais ou menos ativos de menor valor de mercado e liquidez. “O bitcoin está lateralizando entre US$ 62 mil e US$ 73 mil. Nós verificamos os bons pontos de entrada e saída. Usamos análise técnica e on-chain, e estratégias estruturadas”, explica Martins.
As operações de balanceamento de carteira são realizadas por meio de corretoras centralizadas reguladas como a Kraken. O fundo tem taxa de administração de 2% e taxa de performance de 20%.
De acordo com o CEO da Coinext, José Artur Ribeiro, ter uma gestora sempre foi um objetivo primordial do grupo. “É muito gratificante. Um dos nossos grandes projetos era construir a Coinext Asset. A licença da CVM saiu em abril e na sequência recebemos o selo da Anbima. Estamos construindo toda a nossa tese com o administrador agora”, declara.