China limitará crescimento ‘saudável’ da Ásia em desenvolvimento em 2024, diz ADB | Mundo

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O Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB, na sigla em inglês) projetou que o crescimento na Ásia em desenvolvimento vai desacelerar este ano, apesar da melhora na procura interna, devido a fatores adversos e fraquezas na economia da China.

Na sua projeção anterior, divulgada em dezembro, o ADB previu que a Ásia em desenvolvimento – incluindo 46 economias na Ásia Central, Oriental, do Sul e do Sudeste Asiático e na região do Pacífico – cresceria 4,9% em 2023 e 4,8% em 2024.

O ADB destacou as fraquezas do mercado imobiliário da China e a sua fraca recuperação pós-pandemia, o que poderá turvar as perspectivas de crescimento da região.

“Uma deterioração pior do que o esperado no mercado imobiliário da China prejudicaria ainda mais o sentimento do consumidor e a procura interna”, afirmou o ADB. “Uma recessão prolongada e severa afetaria negativamente as perspectivas de crescimento, com potenciais repercussões para os parceiros comerciais.”

Prevê-se que a segunda maior economia do mundo desacelere para 4,8% em 2024, face aos 5,2% do ano passado.

Além disso conflitos como os ataques rebeldes Houthi no Mar Vermelho, que atingiram rotas marítimas, e as tensões geopolíticas poderão inflamar a volatilidade dos preços. Os riscos que o banco vê também incluem a política monetária dos Estados Unidos e eventos climáticos desfavoráveis, como um período de seca exacerbado pelo El Niño.

O banco viu-se otimista quanto às perspectivas de desenvolvimento da Ásia, dizendo que o crescimento permanecerá “saudável”, apesar destes riscos. “O fim dos ciclos de subida das taxas de juros na maioria das economias, assim como a retomada contínua nas exportações de bens devido a uma recuperação no ciclo de semicondutores, apoiarão o crescimento”, acrescentou o ADB.

O Sudeste Asiático e o Sul da Ásia impulsionarão o crescimento da região, de acordo com o relatório. Com a expectativa de que o Sudeste Asiático apresente uma tendência ascendente devido a uma recuperação sustentada no setor do turismo, o ADB prevê que a sub-região cresça 4,6% este ano, mais rápido do que os 4,1% em 2023.

Prevê-se que a maior economia do Sudeste Asiático, a Indonésia, sustente um crescimento do PIB de 5,0% em 2024, ancorado em parte pela continuidade política da nova administração do presidente eleito Prabowo Subianto.

As Filipinas deverão crescer 6,0%, acima dos 5,6% em 2023, e a Malásia, 4,5%, acima dos 3,7%.

O Sul da Ásia é apontado como uma força motriz da região, uma vez que é a sub-região de “crescimento mais rápido”, puxado pela procura interna em um cenário de desinflação. Ainda assim, a projeção aponta para taxa de crescimento ligeiramente menor, 6,3%, diante dos 6,4% em 2023. A Índia, a maior economia do Sul da Ásia, deverá crescer 7,0% este ano, alta menor que os 7,6% observados em 2023.

Desta vez, a redução da inflação apoiará o desenvolvimento das perspectivas de crescimento da Ásia. O ADB afirmou que a inflação na região diminuirá para 3,2% este ano e desacelerará ainda mais, para 3,0%, em 2025. Os motivos são a política monetária restritiva na maioria das economias e a redução dos preços globais dos alimentos e da energia.

“A inflação global na Ásia em desenvolvimento continuou a convergir para a sua média pré-pandemia, à medida que o impacto defasado do aperto da política monetária e o alívio de algumas pressões do lado da oferta ajudaram a estabilizar os preços gradualmente”, afirmou o ADB.

O ADB observou que os ciclos de subida das taxas da maioria dos bancos centrais na Ásia em desenvolvimento “seguiram o seu curso”.

Fonte: Externa

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