Cheque ainda existe? Confira os números do uso ao longo dos anos | Finanças

O Diretório
por O Diretório
3 Leitura mínima

Qual foi a última vez que você passou um cheque? Ou, para os mais jovens, você já passou algum cheque na vida? Com os pagamentos cada vez mais digitais, principalmente com a chegada do Pix, em 2020, os cheques se tornaram cada vez mais raros no dia a dia financeiro dos brasileiros, mas ainda estão presentes. As estatísticas mostram essa perda de importância do cheque ao longo dos anos.

O uso de cheque vem caindo ano a ano desde 2001: 2023 foi o 23º ano seguido de retração do montante de cheques compensados, na comparação com o ano imediatamente anterior. A queda foi mais intensa em 2020 (25,3%) e 2021 (23,8%), os dois primeiros anos do Pix e também da pandemia, que provocou o isolamento social. O ritmo de queda desacelerou em 2022 (7,4%), mas voltou a acelerar em 2023 (16,8%).

O número total de cheques emitidos – que considera também aqueles que foram devolvidos ou estavam sem fundos – é um pouco maior, mas o movimento de queda gradativa ao longo dos anos é semelhante. Em 2023, foi de 220,68 milhões, mostram os dados do Banco Central. Neste recorte, o início da série histórica foi um pouco mais tarde, em 2006, quando foram emitidos 2,21 bilhões de cheques. Assim, o montante de 2023 corresponde a pouco menos de 10% daquele de 2006.

A perda de importância do cheque como meio de pagamento provocou outro fenômeno: o aumento do valor médio de cada cheque compensado. Isso porque o cheque deixou de ser usado no dia a dia, em compras de menor valor, e ficou mais restrito a situações específicas, apontam especialistas. O cheque caução, por exemplo, como garantia de pagamento em um contrato, é uma das práticas que se mantém, e se aplica principalmente em compras maiores, como no caso de veículos.

Se o valor médio por cheque sobe, o montante total das transações feitas por cheques no país também recua ano a ano – seguindo a trajetória do número de cheques compensados. Os dados da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) mostram que o valor total caiu da faixa dos R$ 2 trilhões em 1995 e 1996, permaneceu no nível de R$ 1 trilhão de 1997 a 2014 e desde então está abaixo desse patamar. Em 2023, foi de R$ 610,27 bilhões.

Para se ter uma ideia, o montante total de valores transacionados pelo Pix em 2023 foi de R$ 17,2 trilhões. O meio de pagamentos que lidera esse ranking de valores, no entanto, é o TED, que somou R$ 40,6 trilhões no ano passado.

Fonte: Externa

Compartilhe esse artigo