Câncer no ânus: conheça as principais causas e os sintomas do tumor que Ana Maria Braga tratou

O Diretório
por O Diretório
6 Leitura mínima

No último domingo, 31, a apresentadora Ana Maria Braga relembrou no Fantástico o diagnóstico de câncer de ânus no início dos anos 2000. De acordo com a apresentadora, o tumor surgiu em decorrência do HPV.

A sigla diz respeito ao papilomavírus humano, responsável pela infecção sexualmente transmissível (Ist) mais frequente no mundo, segundo o Ministério da Saúde. Ainda segundo a pasta, a transmissão do HPV ocorre pelo contato direto com a pele ou mucosa infectada, ou seja, pelo toque, penetração vaginal ou anal, ou contato do vírus com a boca. Já foram identificados mais de 200 subtipos do vírus.

Cerca de 70% a 80% da população entra em contato com o HPV em algum momento da vida. Embora a maioria das infecções pelo vírus seja resolvida pelo sistema imunológico, algumas persistem, o que pode resultar no desenvolvimento de lesões e, eventualmente, no desenvolvimento do câncer.

Ana Maria disse que descobriu o câncer de ânus em estágio avançado e com poucas chances de recuperação. Apesar disso, a apresentadora se curou e, hoje, incentiva a vacinação contra o vírus.

O que é o câncer de ânus?

Trata-se de um tumor maligno que afeta o canal anal e as bordas externas do ânus. Ele é raro e, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), representa de 1 a 2% dos tumores colorretais (que envolvem o colón e o reto).

O oncologista Virgílio Souza, especialista em tumores gastrointestinais do A.C Camargo Cancer Center, em São Paulo, destaca, contudo, que o câncer de canal anal tem especificidades importantes em relação aos cânceres de cólon e de reto e, por isso, deve sempre ser analisado de forma individual.

O que pode causar câncer de ânus?

A principal causa desse tipo de câncer, de acordo com Souza, é justamente a infecção pelo HPV.

“Os pacientes com HPV têm 10 vezes mais risco de desenvolver esse tipo de câncer. Cerca de 90% dos pacientes diagnosticados com câncer do canal anal têm HPV”, descreve.

Há, porém, outros fatores que podem elevar a probabilidade do surgimento desse tipo de câncer, segundo o Ministério da Saúde. São eles:

  • Outras infecções sexualmente transmissíveis (Ist), como HIV, condilomatose, gonorreia, herpes genital e clamídia;
  • Prática de sexo anal;
  • Tabagismo;
  • Fístula (ferida) anal crônica;
  • Condições precárias de higiene;
  • Ser paciente imunodeprimido que se submeteu a um transplante de rim ou coração.

Quais os principais sintomas do câncer de ânus?

De acordo com o oncologista do A.C Camargo Cancer Center, os principais sintomas desse tipo de câncer são:

CONTiNUA APÓS PUBLICIDADE

  • Sangue nas fezes;
  • Dor ao evacuar;
  • Dor na região do ânus;
  • Mudanças de hábitos intestinais.

“Isso não quer dizer, contudo, que o aparecimento desses sintomas indique necessariamente um câncer. Mesmo assim, vale a pena investigar”, informa.

O Ministério da Saúde aponta outros sinais que merecem atenção: coceira, odor, secreções incomuns, feridas na região e dificuldade para controlar a saída das fezes.

Como é o tratamento?

Depende do estágio em que o tumor for detectado, segundo o especialista. “Quanto mais cedo isso ocorrer, menos invasivo será o tratamento, e maiores as chances de recuperação”, destaca.

Ainda de acordo com Souza, em aproximadamente 85% dos casos o tratamento consiste na combinação de quimio e radioterapia e têm altas chances de sucesso.

Nos casos em que o tumor está mais avançado e não responde a essas terapias, pode ser necessário a realização de procedimentos cirúrgicos. “Esses podem implicar na amputação da região anal para a retirada do tumor. Com isso, a saída das fezes precisará ser realizada através de uma bolsa de colostomia ligada ao intestino”, explica. Mas, reforça o médico, essa opção é para a minoria dos quadros.

Como prevenir o câncer de ânus?

Como esse tipo de câncer costuma ocorrer devido à infecção pelo HPV, a vacinação contra esse vírus é a principal forma de prevenção, segundo Souza.

A vacina contra HPV está disponível há dez anos no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos e meninas de 9 a 14 anos, adultos imunossuprimidos (com HIV, câncer ou transplantados) de até 45 anos e vítimas de abuso sexual até a mesma idade.

Além da vacinação, outra estratégia fundamental no combate ao HPV e, consequentemente, do câncer do ânus, é o uso de preservativos. Mas, como esse método não é 100% eficaz para evitar o vírus, segundo o Ministério da Saúde, é importante combinar o uso de preservativos com a vacinação.

Fonte: Externa

Compartilhe esse artigo