Após reunir-se com o relator da proposta de emenda à Constituição (PEC) que dá autonomia orçamentária ao órgão, senador Plínio Valério (PSDB-AM) nesta terça-feira (19), o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, se comprometeu em auxiliar na articulação com o governo.
“Ainda nada (do governo). O Jaques Wagner (PT-BA) ficou de trazer alguma coisa e o Roberto na possibilidade de um encontro ele, o autor do projeto, o relator e o Haddad. Se ele marcar, terá essa conversa”, afirmou Plínio ao Valor.
Líder do governo no Senado, Jaques Wagner afirmou publicamente que o governo é contrário a proposta.
O relator expôs a Campos Neto sua preocupação com uma brecha interpretativa no texto da PEC que poderia retirar atribuições do Conselho Monetário Nacional (CNM) na formulação da política monetária.
“Vamos garantir o CMN com o governo. O ideal para nós é política monetária via CNM e o BC executa. Isso eu deixei bem claro a eles e eles concordam”, pontuou o relator.
O senador disse que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sugeriu que ele se reúna com ex-presidentes do Banco Central. “Inicialmente, vamos ouvir o Armínio Fraga e o Henrique Meirelles. Pedi a ajuda do Roberto para isso”, disse Valério.
Segundo o relator, o presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Davi Alcolumbre (União-AP), participaria do encontro com Campos Neto, mas desmarcou alegando “problemas domésticos”.