Marcelo Texeira/Reuters
A cana cultivada na área arrendada será destinada a uma usina que atua na produção de açúcar e etanol. Mas a empresa não revelou o nome do cliente nem valores das negociações.
A BrasilAgro anunciou nesta sexta-feira um arrendamento que acrescentará pouco mais de 7 mil hectares ao portfólio de terras para produzir cana-de-açúcar, em um movimento de diversificação da receita, atualmente mais focada em áreas de grãos e oleaginosas.
A fazenda, localizada em Brotas (SP), permitirá que a companhia entre para o mercado de produção de açúcar, ao fornecer cana para uma empresa que produz também o adoçante, além do etanol.
Antes, o fornecimento da matéria-prima era voltado para usinas que produziam apenas etanol, detalhou o CFO da BrasilAgro, Gustavo Javier Lopez, a jornalistas.
“Com esta operação em São Paulo, seremos remunerados por um mix de etanol e açúcar, o que nos dará mais segurança e previsibilidade. O açúcar é uma commodity global, menos volátil que o etanol”, explicou o CEO da BrasilAgro, André Guillaumon, em nota.
“Teremos a oportunidade de realizar hedge do açúcar ou do preço do ATR, o que nos protege frente às oscilações de mercado.”
A cana cultivada na área arrendada será destinada a uma usina que atua na produção de açúcar e etanol. Mas a empresa não revelou o nome do cliente nem valores das negociações.
O arrendamento ainda coloca a BrasilAgro no mercado de São Paulo, o maior produtor brasileiro de cana e derivados. Antes, a companhia fornecia cana apenas para empresas em Mato Grosso e Maranhão.
No último ano, a empresa colheu 2 milhões de toneladas, com uma produtividade média de 79,07 toneladas por hectare.
A área plantada da companhia foi de 172.459 hectares na safra 2023/24, de acordo com dados da empresa, que plantou soja em mais de 70 mil hectares, milho em mais de 15 mil hectares e algodão em mais de 7 mil hectares.
Segundo a empresa, a posse da fazenda ocorrerá de maneira escalonada. Serão 5.060 hectares arrendados em 2024, e o restante até 2029.
Atualmente, a BrasilAgro produz alimentos fibras e bioenergia em cinco Estados brasileiros, além do Paraguai e da Bolívia.