Blackwell B200: o que o novo “superchip” da Nvidia tem de tão especial?

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por O Diretório
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Após um longo rali, as ações da Nvidia (NVDA) recuaram no começo da semana passada, mas foi só um susto: o papel sensação do momento em Wall Street voltou a acelerar e fechou em alta na sexta-feira (22). O movimento aconteceu após um lançamento que não empolgou de cara – o “superchip” Blackwell B200 precisou de um tempo para ser digerido pelos investidores.

O CEO e cofundador Nvidia, Jensen Huang, afirmou que a inteligência artificial (IA) é a força motriz de uma mudança fundamental na economia, e que os chips Blackwell são “o motor para impulsionar essa nova revolução industrial”. “Realizaremos a promessa da IA para todos os setores”, disse ele em evento na última semana.

O que é o novo chip?

O B200 é o novo chip carro-chefe da Nvidia para o segmento de IA, e será comercializado em uma variedade de opções, inclusive como parte do chip GB200, que combina dois processadores gráficos (GPUs) Blackwell com um processador de uso geral (CPU) Grace.

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O novo chip tem 208 bilhões de transistores – os minúsculos interruptores que dão aos semicondutores a capacidade de processar informações –, número alto demais para as técnicas de produção convencionais. Na verdade, são dois chips casados entre si por meio de uma conexão que garante que eles funcionem perfeitamente como um só, disse a empresa.

A Pegatron e uma subsidiária da Foxconn anunciaram que venderão unidades com 36 e 72 chips GB200, respectivamente.

Para que serve?

O foco do lançamento não poderia ser outro: o “superchip” é principalmente voltado para treinamento de modelos de IA. O treinamento é o processo de alimentação de dados em para ajudar uma IA a aprender e ficar mais inteligente, atividade que tem sido o foco das empresas que buscam construir suas ferramentas internas de IA, e por isso é responsável pela maior parte das vendas de semicondutores da Nvidia.

A promessa do novo componente é permitir o treinamento de modelos cada mais avançados, capazes de processar um conjunto mais amplo de dados, abrangendo imagens, gráficos, vídeos e outras mídias, e não apenas texto.

Um exemplo é sua aplicação no que está sendo chamado de “Projeto Groot”: um novo computador disponibilizado para fabricantes de robôs humanoides, que permitirá à máquina entender a linguagem natural e copiar os movimentos humanos apenas por meio de observação. O desenvolvimento dessas habilidades é “um dos problemas mais interessantes para resolver na IA hoje”, disse Huang.

O que tem de novo?

A nova geração da tecnologia, chamada de Blackwell, oferece, de acordo com a Nvidia, 2,5 vezes mais desempenho que sua antecessora, chamada Hopper, para treinamento de modelos de IA. Uma vez agrupada em módulos de dezenas de chips, a Blackwell oferecerá eficiência energética 25 vezes maior.

Essa melhoria, diz a empresa, pode ser um dos principais motivos para seus clientes atualizarem para os novos chips, uma vez que tem o potencial de reduzir substancialmente os custos operacionais de grandes centros de dados.

O Blackwell GB200 permitirá “modelos de trilhões de parâmetros”, disse o CEO da Nvidia, Jensen Huang. Até hoje, estima-se que empresas de IA só alcançaram a casa dos bilhões de parâmetros na configuração de seus modelos – algumas especificações, no entanto, são desconhecidas, como é o caso do GPT-4, da OpenAI.

Novo chip da geração Blackwell da Nvidia (Divulgação)

Quem vai comprar o “superchip”?

Os novos chips deverão ser implantados nos maiores data centers do mundo, incluindo aqueles administrados por gigantes como Amazon, Microsoft e Google, da Alphabet, e Oracle. Além disso, alguns nomes como Elon Musk, da Tesla, e Sam Altman, da OpenAI, apoiaram publicamente a empresa. A arquitetura Blackwell “acelerará nossa capacidade de fornecer modelos de ponta”, disse Altman.

Por outro lado, as principais empresas de tecnologia da China serão impedidas de adquirir o B200, uma vez que o seu desempenho está acima dos limites de controle de exportação dos EUA. A Nvidia ainda pode oferecer designs reduzidos sob medida para o mercado chinês.

A Nvidia não discutiu o preço dos novos processadores, mas os chips da linha Hopper custam cerca de US$ 30.000 a US$ 40.000 – com alguns revendedores oferecendo-os por várias vezes esse valor. Huang disse à CNBC que os chips Blackwell estarão em uma faixa semelhante.

Quem fabrica os chips Blackwell?

A parceira da Nvidia, Taiwan Semiconductor Manufacturing (TSM), usará sua técnica de 4 nanômetros para produzir o chip. A empresa hoje possui um processo mais avançado, de apenas 3 nanômetros, mas a Nvidia preferiu não mudar o método de fabricação já utilizado na geração Hopper.

Fonte: Externa

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