O bitcoin (BTC) sobe nesta sexta-feira (19), data do tão esperado halving, evento programado no qual a recompensa aos mineradores cai pela metade. No entanto, o avanço não foi o bastante para apagar a forte queda de 3,9% no acumulado de sete dias. Segunda maior criptomoeda do mundo em valor de mercado, o ether (ETH) também recuou 3,9% no mesmo período.
Já Rony Szuster, analista do MB, lembra que a próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) ocorrerá no dia 1º de maio, em duas semanas, e a expectativa praticamente unânime é que as taxas de juros dos EUA serão mantidas no patamar atual de 5,25% a 5,5% ao ano. “As apostas estão em 96% para manutenção e apenas 4% acreditam que possa haver um corte de 0,25 ponto percentual”, aponta. O aumento das tensões no Oriente Médio e a persistência de dados acima do esperado de inflação e emprego nos EUA acabaram postergando as expectativas para quando a maior economia do mundo começará a reduzir suas taxas.
Perto das 18h50 (horário de Brasília) o bitcoin sobe 1,3% em 24 horas, cotado a US$ 64.363 e o ether, moeda digital da rede Ethereum, tem alta de 1,1% a US$ 3.099, conforme dados do CoinGecko. O valor de mercado somado de todas as criptomoedas do mundo é de US$ 2,46 trilhões. Em reais, o bitcoin apresenta valorização de 0,33% a R$ 337.390, enquanto o ether registra leve variação positiva de 0,1% a R$ 16.227, de acordo com valores fornecidos pelo MB.
Entre as altcoins (as criptomoedas que não são o bitcoin), a solana (SOL) tem alta de 2,3% a US$ 144,45, o BNB (token da Binance Smart Chain) registra ganhos de 1,6% a US$ 560,24 e a avalanche (AVAX) tem ganhos de 0,4% a US$ 35,22.
No noticiário macro desta sexta, a retaliação de Israel ao bombardeio do Irã se concretizou nesta madrugada. A imprensa global fala em explosões ouvidas próximas de uma base militar em Isfahan, a 450 km de Teerã. Não há informações sobre uma possível resposta do Irã.
Para André Franco, head de análise do MB, o ataque de Israel foi lido como não tão forte, reduzindo os temores de que o conflito entre os dois países escale para uma guerra aberta. “Essa situação fez o bitcoin dar um repique, almejando patamares mais elevados”, defende.
Entre os fundos negociados em bolsa (ETFs) de bitcoin à vista, ontem foi o quinto pregão consecutivo de saldo líquido negativo, mas houve uma grande redução no volume de retiradas. Os saques superaram os depósitos neste tipo de fundo em US$ 4,3 milhões, depois da saída de US$ 165 milhões no dia anterior. As retiradas do GBTC, trust transformado em ETF da Grayscale, totalizaram US$ 90 milhões.
Usando análise técnica, Fernando Pereira, analista da Bitget, afirma que historicamente o trimestre pós-halving marca a retomada de alta do mercado e o início de um novo bull market. “Se esse mesmo movimento se repetir, podemos ver o Bitcoin em US$ 100 mil até o final do ano”, prevê o especialista.