A escalada dos gastos com defesa pelo governo de Israel representa riscos para a economia do país, e os aumentos precisam ser cuidadosamente considerados, disse o presidente do banco central israelense, Amir Yaron.
“Uma avaliação dos mercados de que Israel está caminhando em direção a uma rota de dívida crescente no médio e longo prazos poderia levar a um aumento adicional nos rendimentos, desvalorização e pressões inflacionárias”, disse Yaron, neste domingo (31), após apresentar o relatório anual do BC ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.
O conflito de Israel na Faixa de Gaza levou à duplicação do seu orçamento de defesa para 2024 e o governo já concordou em aumentar os gastos anuais em mais US$ 2,7 bilhões a partir de 2025, colocando mais pressão na equação dívida/PIB.
Os ajustes que o governo de Israel já fez têm como objetivo estabilizar essa proporção da dívida em relação ao PIB em 67% nos próximos anos.
“Para que os mercados demonstrem certa tolerância ao elevado déficit temporário, durante o período da guerra, é importante que a estabilização dessa proporção dívida/PIB seja preponderante”, disse Yaron.
Yaron já havia solicitado a formação de um comitê especial para elaborar um plano orçamentário plurianual apropriado e que levaria em conta as ramificações dos gastos com defesa na economia israelense. Tal comitê já foi anunciado por Netanyahu, mas ainda não foi formado e, portanto, as discussões nem se iniciaram.
Depois de receber o relatório de Yaron, o premiê disse que Israel precisa adaptar o seu orçamento “às necessidades reveladas nesta guerra”, ao mesmo tempo que apelou novamente para que o país fosse mais autossuficiente na produção de armas.