O dólar segue em território negativo no exterior neste feriado de 4 de julho nos EUA, que deixa as bolsas americanas e o mercado de títulos públicos fechados e a liquidez reduzida. A moeda americana é pressionada pelos dados econômicos divulgados na quarta-feira (3), que mostraram uma desaceleração do mercado de trabalho e da atividade.
Segundo Francesco Pesole, economista do ING, o colapso do PMI de serviços de ISM ontem acionou uma grande mudança de posicionamento no dólar, com a divisa americana registrando perdas generalizadas. “Os detalhes do PMI de serviços mostram um quadro preocupante da atividade nos EUA, com o índice caindo para seu menor nível em quatro anos, e fortes quedas registradas em novos pedidos (de 54,1 paa 47,3), atividade empresarial (de 61,2 para 49,6) e empregos (de 47,1 para 46,1)”, disse.
Pesole afirma que combinando os PMIs da indústria e de serviços, os empregos do ISM apontam para uma queda de 175 mil vagas no payroll e não um ganho de 190 mil, conforme se espera. O payroll de junho será divulgado amanhã.
Apesar de os dados mais fracos terem provocado um rali nas bolsas na quarta-feira (3), diante da expectativa de mais cortes de juros pelo Federal Reserve, o sentimento do mercado não mudou muito nesta quinta-feira.
Segundo o CME Group, a expectativa do primeiro corte de juros do Fed em setembro está em 66%, menor que os 68,4% da véspera. Pesole acredita que essa relutância em precificar mais cortes está relacionada com o aumento das chances de Donald Trump voltar à presidência dos EUA nas eleições de novembro. O mercado acredita que o protecionismo de Trump e sua política de corte de impostos pode desacelerar o afrouxamento monetário do Fed.
Por volta das 13h17, o índice DXY – que mede a relação do dólar com uma cesta de moedas – caía 0,27% a 105,12 pontos. Com a queda do dólar, o euro subia 0,21% a US$ 1,08140 e a libra avançava 0,11% a US$ 1,27616. No Reino Unido, a expectativa é de que o Partido Trabalhista vença o Partido Conservador.
No Japão, o dólar avança e a moeda japonesa se desvaloriza em 0,29% a 161,21 iene em função do risco “Trump”.