As ações da Petrobras (PETR4) ganharam um fôlego adicional do meio da tarde até o fechamento do pregão desta segunda-feira (8) e avançaram 1,39%, terminando cotadas a R$ 38,63.
No melhor momento do pregão, o papel chegou a bater nos R$ 39,06, quando o fluxo comprador se acelerou, ampliando o volume financeiro do ativo, que até o meio do pregão estava mais comedido.
Por trás da melhoria estiveram novas informações em relação ao dividendos extraordinários da companhia. Segundo O Globo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, quer que sejam liberados 100% dos dividendos extraordinários, de R$ 43,9 bilhões.
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Desse montante, cerca de 30% (ou R$ 13,7 bilhões) entrariam diretamente nos cofres do governo, caso a cifra seja confirmada. Em oposição, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, defende que seja pago apenas metade disso.
Nesse debate, conforme a reportagem, auxiliares dos dois ministros têm tido reuniões desde a última quarta-feira (3), quando Haddad, Costa e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, decidiram que o pagamento extraordinário seria realizado – agora só falta definir o valor.
Petrobras: Dividendo e CEO
Assim, para os investidores, o pregão foi de compras, deixando de lado, um pouco, o lado ruim da atual crise da petroleira, que é a troca ou não do CEO, Jean Paul Prates.
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Uma reunião chegou a ser cogitada, neste domingo à noite (7), para tratar do caso do CEO da Petrobras e dos dividendos extraordinários, reunindo os ministros Lula, mas o encontro não aconteceu.
Mas segue prevista a reunião do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, com seus ministros, no início desta noite, quando pode ser batido o martelo sobre o futuro da Petrobras.
Esse cancelamento de domingo levou as ações da Petrobras a começarem a sessão desta segunda-feira de forma mais morna, com um baixo volume financeiro.
Ao final da sessão, porém, o volume se aproximou das médias mais recentes (com R$ 1,39 bilhão), mas terminou bem abaixo do registrado na sexta passada (3), de R$ 2,4 bilhões, ou no de quinta (4) – quando a ação teve um desempenho em “V” no pregão, movimentando R$ 6,3 bilhões.
Para Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, o movimento mais fraco, até o meio do pregão, é típico de compasso de espera, por parte dos investidores, enquanto aguardam “sinais de um direcionamento dos negócios”.
“Com a iminência de uma possível alteração no comando da empresa, é natural que o grande investidor prefira não se expor a riscos nesse cenário, até porque existem vários rumores quanto ao nome do possível escolhido e sua forma de condução do negócio”, disse Lima.
Ações da Petrobras
À tarde, o movimento de compras se acelerou, com as notícia sobre dividendos se sobressaindo, portanto, às relacionadas à possível troca de Jean Paul Prates, do comando da petroleira.
Entretanto, a preocupação segue. Neste contexto, Álvaro Bandeira, coordenador de Economia da Apimec Brasil, em nota, reforçou que os investidores seguirão acompanhando com atenção a situação na Petrobras.
“Acreditamos que, se Prates deixar o cargo, as ações reagiriam negativamente, pois redefiniria a tese de investimentos e, mais uma vez, levantaria dúvidas entre os investidores sobre capex, dividendos e política de preços. Ainda vemos isso como especulação até agora”, acrescentou o Bradesco BBI, em relatório.
João Abdouni, analista da Levante, avaliou que a Petrobras pode manter Prates como CEO, “ao menos por enquanto, devido ao ruído da troca”. No mais, entende que o petista histórico Aloizio Mercadante, atualmente no BNDES, possa ser indicado como presidente do Conselho da Petrobras, como forma de conciliar os pleitos da estatal com os do governo, especialmente os do Ministério de Minas e Energia – onde está o epicentro da crise.
Além disso, Bandeira chama a atenção também para a defasagem em torno dos 17% nos preços dos combustíveis da empresa, o que pode elevar as incertezas dos investidores.
Nesta segunda-feira, o preço do petróleo recuou, com um pouco de realização, mas segue acima dos US$ 90 dólares. Semana passada, a commodity superou os US$ 91, indo à máxima do ano.
(Com Estadão Conteúdo e Reuters)