Exemplo bem-sucedido de inclusão bancária, com índice de 84% ante 71% dos países emergentes, o Brasil quer aproveitar a presidência rotativa do G20 para ajudar na expansão global da bancarização e também para discutir os efeitos colaterais deste processo, especialmente o endividamento das populações.
Representante do Brasil no grupo, o chefe do Departamento de Promoção da Cidadania Financeira do Banco Central, Luis Gustavo Mansur, lembrou que o sucesso da inclusão bancária no Brasil é resultado de um processo que começou com os correspondentes bancários e chegou ao Pix.
Nas últimas décadas, agências lotéricas e dos Correios passaram a oferecer alguns serviços bancários e essa capiliaridade ajudou a incluir grande parte da população. Com a digitalização dos serviços e a massificação da internet móvel, o processo foi intensificado. O Pix, lembra Mansur, foi o “sprint final”.
O desafio, agora, é dar “qualidade” à vida financeira da população. “O Brasil é um sucesso em inclusão, mas sofre com o endividamento e o superendividamento por conta do uso inadequado dos produtos financeiros”, disse o dirigente.
O trabalho do grupo até novembro, quando acontece a cúpula de chefes de Estado do G20, é definir não apenas o conceito de “bem-estar financeiro”, mas também de propor métricas objetivas para a aferição deste indicador em nível global.