O ex-ministro e secretário municipal de Relações Internacionais de São Paulo, Aldo Rebelo, filiou-se nesta sexta-feira (5) ao MDB, de olho na possibilidade de ser vice na chapa do prefeito da capital e pré-candidato à reeleição, Ricardo Nunes (MDB).
Aldo estava filiado ao PDT e licenciou-se do partido para assumir o cargo na gestão de Ricardo Nunes, em janeiro. O PDT apoia a pré-candidatura do deputado Guilherme Boulos (Psol). O secretário assumiu o cargo no lugar da ex-prefeita Marta Suplicy (PT), que deixou a prefeitura para se filiar ao PT e ser vice de Boulos.
A entrada de Aldo ao MDB foi articulada pessoalmente pelo prefeito. O secretário negociava também com o Solidariedade e resistia a migrar para o PL do ex-presidente Jair Bolsonaro e para o Republicanos do governador do Estado, Tarcísio de Freitas. Se for escolhido para a vice, terá que deixar o cargo de secretário quatro meses antes das eleições.
Correligionários e aliados de Nunes defendem a composição com Aldo Rebelo para neutralizar a pecha de que o prefeito é o candidato “bolsonarista” em São Paulo e enfraquecer a estratégia de polarização adotada pela pré-candidatura de Guilherme Boulos, que é apoiado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O presidente, o PT e o Psol buscam reeditar na cidade a disputa entre o candidato de Bolsonaro e o candidato de Lula.
Aldo foi filiado ao PCdoB, lutou contra a ditadura militar e foi ministro dos governos petistas de Dilma Rousseff e de Lula. Ex-presidente da Câmara, foi filiado também ao MDB, Solidariedade e PDT. O secretário disputou a eleição paulistana em 2008, como vice de Marta Suplicy, mas a chapa foi derrotada.
O passado de Aldo em gestões petistas e no PCdoB, no entanto, tende a enfrentar resistência do ex-presidente Jair Bolsonaro e aliados para a composição.
Nas negociações feitas por Nunes para ter o apoio do bolsonarismo em São Paulo, a vice na chapa foi oferecida ao PL. Dirigentes do PL, no entanto, têm falado que podem ceder a vaga a outro partido da coligação, se o indicado tiver maior potencial eleitoral. Há resistência a uma chapa “puro sangue”, com prefeito e vice do MDB, mas isso não é visto pelo prefeito como um problema difícil de ser superado nas negociações com os aliados. Em 2016, por exemplo, Doria concorreu — e foi vitorioso — com uma chapa “puro sangue” do PSDB, com Bruno Covas como seu vice.
Bolsonaro tem uma alta rejeição na cidade e aliados do prefeito buscam um nome para a chapa que tenha o apoio do ex-presidente, mas que não seja alinhado com a ala mais radical do bolsonarismo, como o coronel Mello Araújo, ex-presidente da Ceagesp, outro cotado para a vice. Bolsonaristas têm cogitado também a ex-secretária e vereadora Sonaira Fernandes (PL) e da delegada Raquel Gallinati (PL).